13/11/2015

Uma maneira simples de entender como os Orixás atuam em nossas vidas.

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“Deus queria um bolo! Então, pediu a OXALÁ que fizesse um bolo.
OXALÁ, como TUDO QUE CRIA, disse que assim o faria, mas não tinha noção de como seria realizado esse tal pedido... Encontrou OXUM e pediu-lhe:
- OXUM, você que é DONA DO AMOR E SABE LIDAR COM OS SENTIMENTOS, convença com sua doçura aos Orixás ajudarem a criar um bolo para Deus.
Oxum disse que assim faria, e com seu AMOR foi aos poucos convencendo os Orixás a ajudarem a fazer o bolo. Mas faltava CONHECIMENTO de como iriam começar a realizar tal tarefa. Então, pediram a OXÓSSI que desse a receita para que o bolo fosse feito.
OXÓSSI, em sua infinita SABEDORIA, se comprometeu a informar quais seriam os ingredientes a serem usados para o bolo, e assim foi informando um a um. Mas disse: Como é que o bolo ganhará sustento, como ele terá EQUILÍBRIO? Foi então que pediram para que XANGÔ equilibrasse e trouxesse sustento para o bolo. Afinal, tudo tem a
medida certa, é melhor não exagerar na dose. Assim, XANGÔ deu a “medida” para que nada a mais fosse colocado no bolo que seria feito para DEUS...
Surge mais uma dúvida: Qual ingrediente vem primeiro, qual a ORDEM? O que vai primeiro? A água? Os ovos? A farinha? E agora?
Todos ficaram pensativos, mas ele concluiu: “Quem pode ajudar é OGUM, que irá colocar tudo em seu devido lugar. Ele é quem irá DIRECIONAR cada ingrediente”.
E assim foi feito. OGUM separou ingrediente por ingrediente e deixou lá, para que assim fizessem o bolo.
Mas quem iria misturar todos os ingredientes e TRANSFORMAR aquilo em bolo? Quem iria fazer com que ovos, farinha e outras coisas TOMASSEM FORMA? Alguém precisava fazer o bolo, bater a farinha junto com o ovo até virar massa, e assim por diante...
Foram falar com OBALUAYÊ, que na hora se colocou à disposição e começou a misturar cada elemento, até o bolo começar a tomar seu formato...Ingrediente por ingrediente, calmamente, OBALUAYÊ foi aos poucos misturando um a um, fazendo com que tudo o que foi separado, na dose certa, começasse a ter o formato de um bolo.
- Ainda falta alguma coisa, pensaram eles. - Depois de tudo feito, é preciso dar vida ao bolo!
Precisamos de “um forno” para que se comece a GERAR dos elementos “crus” um delicioso e saboroso bolo...
E levaram o bolo a YEMANJÁ. Pediram a ela que colocassem o bolo em seu forno para que assim fosse dada VIDA a ele.
YEMANJÁ se encarregou de GERAR aqueles elementos, ainda crus, e que resultassem num bolo para DEUS.
É hora de assar o bolo, e OMOLU, junto a YEMANJÁ, se encarregou para que o bolo não queimasse e ficasse pronto na hora certa.
Afinal, quando algo tem que ser gerado, tem um tempo determinado.
O bolo ficou pronto!




29/07/2015

POR QUÊ VOCÊ ESTÁ NA UMBANDA ?

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"Estou na Umbanda porque estou doente" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda não vende Curas, procure um Hospital.
"Estou na Umbanda porque é minha missão" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda assim como a espiritualidade respeita o livre arbítrio, não se sinta obrigado a nada.
"Estou na Umbanda porque estou desempregado" - Saia da Umbanda Irmão! A umbanda não vende promessas de prosperidade, pois o ganho material nada soma a espiritualidade, procure uma agência de Empregos.
"Estou na Umbanda porque Minhas Entidades fecharam meus caminhos" - Saia da Umbanda Irmão! Entidade de Umbanda que trabalha na Luz não fecha o caminho de ninguém, muito menos de seu aparelho de ação, aceite suas imperfeições!
"Estou na Umbanda porque Tenho Mediunidade Forte" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda não é competição do mais forte ou fraco, mediunidade não tem medida, o que te motiva é a simples vaidade e cegueira por poder, Procure um Circo!
"Estou na Umbanda porque Tenho Karma" - Saia da Umbanda Irmão! A Umbanda não lhe dará quitação kármica, quem faz isso são suas ações fora da Umbanda, Procure um voluntariado, orfanato, asilo enfim uma forma de ajudar que terá mais êxito.
"Estou na Umbanda porque Pessoas precisam de minha ajuda" - Saia da Umbanda Irmão! Você é apenas mais um médium, você não tem poderes mágicos, na Umbanda só existe tarefeiros e trabalhadores. Você está motivado pelo deslumbramento não pela caridade
"Estou na Umbanda porque quero ajudar o próximo" - FIQUE da Umbanda Irmão! A Umbanda é uma religião que prega somente ajudar o próximo, se sua motivação é a caridade Parabéns, se no decorrer do caminho receber uma cura, emprego, menos karma são os bônus do trabalho mediúnico e não seu principal propósito.
‪#‎Luiz                  (PÉROLAS DA MACUMBA)

04/07/2015

O PODER DA GENEROSIDADE....

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Embora seja religiosa e espiritualizada, meu texto não é voltado unicamente às pessoas com fé religiosa. Meu texto é humanístico. Hoje, gostaria de falar sobre a generosidade, inclusive para com a gente mesmo.
Quantas vezes não somos compreensivos com os outros e intolerantes conosco? O inverso também pode ocorrer. Podemos aceitar todos os nossos defeitos sem tentar minimizá-los e a menor falha no outro torna-se um pecado mortal.
Precisamos exercer a generosidade independente do credo que temos, independente de termos algum credo. Mas o que significa ser generoso? Pagar o dízimo e cumprir com os deveres sociais como pagar os impostos e respeitar as leis de trânsito? Sim, respeitar as leis e contribuir com a congregação na qual fazemos parte são atitudes louváveis. Mas a generosidade vai muito além da honestidade, da retidão de caráter, do senso de dever.
Ser honesto ou correto é cumprir as leis, não lesar os direitos alheios, honrar compromissos, não quebrar a palavra. Comprei? Pago. Prometi? Cumpro. Marquei um horário? Eu o respeito. E por aí vai.
Ser generoso é um pouco mais profundo e complexo. Ser generoso é fazer aquilo que você não tem o dever legal de fazer , mas faz mesmo assim para ajudar, para ver o outro mais feliz. Sou obrigada por lei a respeitar o sinal vermelho e a pagar pelos produtos que coloco na cesta do supermercado. Não sou obrigada por lei a dizer bom dia quando entro no elevador ou falar uma palavra de consolo a alguém que sofre.
Mas se sou generoso, sinto que preciso tomar tais atitudes. Sinto que ser gentil, prestativo, delicado com os sentimentos alheios fazem parte das minhas obrigações morais . Não pagarei nenhuma multa nem serei presa se eu for a pessoa mais indiferente do mundo, mas estou perdendo a oportunidade de melhorar a vida das pessoas e por consequência a minha mesma.
Pode soar como exagerado, mas o sorriso que damos a alguém pode ser o único gesto de gentileza que esta pessoa vai receber durante o dia inteiro. Falamos muito sobre a miséria física. Mas existem milhões de pessoas esfomeadas e morrendo de frio em confortáveis apartamentos, onde é possível fazer várias refeições diárias. Não desmereço a dor de quem dorme nas ruas ou passa fome. Ver um mendigo revirando o lixo ou dormindo ao relento numa noite fria é uma das imagens mais dolorosas que vejo. Mas hoje quero me centrar na fome de afeto, no frio daqueles que carecem de um gesto de carinho.
Principalmente nos grandes centros urbanos muitas pessoas vivem isoladas, indo do trabalho para casa, sem ter com quem conversar sobre seus problemas. Outras pessoas vivem acompanhadas, mas não são compreendidas pelos familiares e se sentem tão solitárias quanto pessoas que vivem sozinhas.
Nunca duvide do poder de um abraço forte, de uma palavra de carinho, de um sorriso gentil. Nunca duvide da força de um olhar terno, de um elogio sincero. Nunca duvide que um bom dia carinhoso pode iluminar o dia do outro e que de um jeito ou de outro, cada um está lutando contra seus fantasmas.
Seja o copo meio cheio. Seja a lâmpada que se acende. A ideia inusitada. A nota de cinquenta reais encontrada no bolso de uma jaqueta. Seja o convite para um vinho numa noite fria. Enfim, seja o lado bom da vida de quem passa por você, mas sempre respeitando seus limites e sentimentos. Ninguém é obrigado a se sujeitar passivamente a quem nos machuca deliberadamente. Ser bom não é o mesmo que ser bobo. Ser bom inclui amar a nós mesmos.

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Escrito por Sílvia Marques – Via Obvious

26/06/2015

Casamento na UMBANDA.....

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O verdadeiro sentido do casamento na Umbanda é a fusão de duas almas. É deixar de ser  parte para tornar-se todo. A  união das forças do homem e da mulher, em um compartilhar sincero de duas vidas. O casamento é um elo forte e perpetuador, é a união solene entre  duas pessoas com a legitimação religiosa para a constituição de uma família.
O casamento em nossa querida Umbanda é um ritual belo, simples e singelo. Nele, o sacerdote (que foi investido por Deus da responsabilidade) e as entidades responsáveis pela cerimônia dão as bênçãos divinas para a união do casal, lembrando-lhes os valores e significado desta união.
A Umbanda prega a monogamia, a fidelidade e o respeito mútuo. Ensina que o bom relacionamento deve ser dinâmico e sua harmonia só pode ser alcançada com AMOR, RESPEITO, DEDICAÇÃO, CRESCIMENTO, E  MATURIDADE.
Explica que a bênção do matrimônio deve significar a união de dois Espíritos, de duas vontades, de duas consciências, assumindo-se assim, as funções de marido e esposa, que implicam em boa conduta, preservação dos preceitos, mudanças interiores, amparo e respeito. Toda união necessita de reflexão para que se tenha consciência das responsabilidades assumidas perante Deus e em seguida, para que se possam gerar frutos que serão orientados por aqueles que compartilham dos laços de união e amor.

09/04/2015

O MEDO DE PERDER ALGUÉM.....

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As imagens que escolheu sugerem que a partir de uma idade muito precoce, você tem sido uma pessoa muito emotiva. Você amadureceu rápido, e percebeu que as pessoas, às vezes, podem se machucar. Essa percepção fez você se preocupar com as pessoas próximas a você, e esse medo de perder alguém querido tem crescido à medida que amadurece.
Seu pensamento está constantemente criando cenários de desastres e novas tragédias que afetam você e sua família. Ele também diz que você deve fazer algo para salvar as pessoas que estão próximas a você.
Essa sua preocupação em cuidar dos outros lhe afeta, deixando-o angustiado e aflito. Não há nenhuma maneira real para impedir alguns acontecimentos que são inevitáveis, em vez de se preocupar, você poderia tentar canalizar esses sentimentos em algo positivo. Por exemplo: Tratar as pessoas em sua vida com muito amor e carinho, sem sobrecarregá-los com cuidados extremos, mostrar-lhes que você os ama e que você aprecia estarem em sua vida. sabemos que você tem um coração maior do que a maioria das pessoas e sobra-lhe espaço para fazer o bem, por isso é tão raro pessoas como você. Apenas tente não tornar essa doação de cuidados algo demasiado dolorido. Saiba: é ainda mais triste o terror de estragar pelo excesso, do que o medo de perder pelo inesperado.


                                                                                       (fÃS DA pSICANALISE)

O QUE É EXU ???

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Exu é um grande manipulador de energias, transfigurando-se em formas diferenciadas de acordo com o ambiente em que se faz necessário.
A exemplo disso vemos que Exu pode se apresentar aos obsessores que irá combater em configuração que desperte medo e/ou respeito.
Eles assumem formas rudes, por estratégia e não por serem deformados.
Eles não têm chifres, rabos e pés de bode, como vemos em imagens de algumas casas de artigos religiosos.
Como Exu manipula energias para assumir outra configuração “física”?
Em primeiro lugar há que se dizer que a forma original de Exu é humana, nada tem de partes de animais, porque os espíritos que compõe a falange de Exu são espíritos como nós, muitos são contemporâneos inclusive.
Então Exu tem dois braços, duas pernas, uma cabeça, dois olhos, enfim... Assim como nós.
Foram homens e mulheres normais das mais variadas profissões.
A transformação se dá de acordo com o trabalho que irá executar ou da “batalha” que irá travar,ele estuda o ambiente que irá entrar e em seguida, vibrando numa faixa bem acima do meio que irá adentrar, estuda os seus “adversários”, suas intenções, seus planos, seus graus de compreensão, seus medos, etc. Estabelece uma estratégia e assume a configuração que irá atingir o ponto fraco da maioria do grupo que irá combater.
Lembrando que Exu não trabalha sozinho, isso é feito em agrupamentos sob a supervisão direta de um enviado de Orixá.
Com isto vemos outra capacidade de Exu, vibrar em faixas diferentes de energia.
E isso é feito sem a necessidade de sacrifícios de animais e/ou despachos em encruzilhadas, porque quem “recebe” tudo isso é kiumba (são denominados kiumbas os espíritos desencarnados inferiores, sofredores e mistificadores, perturbadores ou malfazejos, espíritos moralmente atrofiados ou que buscam apenas tumultuar o ambiente). um Kiumba, ser trevoso e inteligente, somente atuará na vida de alguém, se esta pessoa for concomitante com ele, em seus atos e em sua vida. Os afins se atraem.
O médium disciplinado, doutrinado e evangelizado, jamais será repasto vivo dessas entidades.
Lembre-se que o astral superior é sabedor e permite esse tipo de atuação e vibração para que o médium acorde e reconheça seus erros, voltado assim à linha justa de seu equilíbrio e iniciação.
Como os Kiumbas são inteligentes, quando atuam sobre um médium, se fazendo passar por um Guardião, e imediatamente assumem um nome, que jamais será os mesmos dos Guardiões de Lei, pois são sabedores da gravidade do fato, pois quando assumirem um nome esotérico ou cabalístico iniciático de um verdadeiro Guardião, imediatamente e severamente serão punidos.

23/01/2015

A honra de um exu

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 Exu não é pinga. Não é baderna e nem bagunça. Exu não é bico de garrafa na boca e, também, não é embriaguez e muito menos baixaria. Exu não dá o que não deve, mas, se necessário, tira o que não serve. Exu é caminho, força e vitalidade. Não se vende, não se corrompe e não perde.
É força, planejamento e foco. É de natureza grandiosa e benevolente. No tabuleiro é Rei, torre, cavalo e bispo. Não é peão de ninguém. Quem o chama de servo, com certeza já é cativo de seu poder. Não é e nunca foi escravo de ninguém. Não baixa em sessão neo-pentecostal e muito menos perde tempo com sandices mediúnicas.
Alguns dizem que é o nosso melhor e o nosso pior. Discordo. É o que tem de melhor pra quem sabe ter postura, entendimento e discernimento.  Como vejo a imagem do Exu que me acompanha? Como um General. Um senhor de princípios, valores e honra. Sim! Honra! Ingrediente que vem faltando na panela de muitas pessoas…
Exu não é bandido, marginal ou irracional. Exu é poder! Sim, alguns têm preço, seu 7 têm valores, que me ensinou e ensina. Com força quando necessário, com dor quando for preciso. Mas sempre junto e atento.
De tudo que tenho, daria tudo pra não ter a sua ausência. Minha história é escrita com a “caneta” dele. Gratidão Seu 7, hoje e sempre.
Venha! Deixe Exu ser caminho na sua Vida.
                                               Jorge Scritori

22/01/2015

A PRIMEIRA INCORPORAÇÃO

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 Acho que a curiosidade com a incorporação é comum nos médiuns que trabalham num Terreiro de Umbanda. Todos querem saber como é o contato com uma entidade, quais são as sensações; todos querem dançar como a Pombagira ou sentir os ensinamentos sábios de um Preto Velho. E eu também me sentia assim.
Após muitos conflitos internos e após reformular muitas coisas na minha vida, eu me sentia pronta para começar a trabalhar. Estava feliz, porque me sentia pronta do fundo do meu coração, com sentimentos puros e verdadeiros, e não por orgulho ou para querer aparecer. Agradeci aos Orixás por não me terem deixado começar a incorporar pelos motivos errados, pois o tempo para reflexão e mudança foi necessário e eu estava muito grata por aquilo.
Era mais um dia de trabalho, o Terreiro estava cheio e eu estava feliz e bem disposta. Quando os médiuns começaram a cantar para as entidades eu fechei bem os olhos e, numa reflexão muito íntima, orei: “Meus Orixás, meus amigos espirituais que me acompanham, eu agradeço por estar aqui. Se for o meu caminho, se for a Vossa vontade, eu sinto-me pronta para trabalhar. Abro o meu corpo e o meu coração para que as entidades manifestem-se através de mim e ajudem todas as pessoas que estão aqui presentes, para o bem maior de cada uma”.
Com esta prece sincera e de coração, concentrei-me e comecei a sentir umas vibrações pelo meu corpo. Sabia que aquilo significava o início de uma incorporação. Vários pensamentos passavam pela minha cabeça: “O que vai acontecer a seguir? Será que eu danço? Será que eu falo? Este movimento foi meu ou foi da entidade que está a incorporar?” É difícil controlar estes pensamentos, mas respirei fundo, fiz um grande esforço para esvaziar a minha cabeça e deixar acontecer o que tinha que acontecer.
Naquele dia, tive a minha primeira incorporação. A vibração e a presença da entidade, uma Cabocla, não foram sentidas de maneira muito forte, e por isso nenhuma pessoa de fora foi atendida por mim, apenas um ou outro médium da casa. Os meus pensamentos e as minhas próprias sensações ainda estavam muito presentes e dificultavam a minha concentração e entrega. Mas, ainda assim, percebi a feição do meu rosto ficar diferente, percebi as minhas mãos a se moverem involuntariamente, senti intuições que pareciam não ser minhas, como a vontade de pedir o álcool com cânfora para a limpeza ou de soprar certas regiões do corpo da pessoa que estava a ser limpa.
Que interessante era a incorporação! Apesar de ter a percepção de tudo o que se passava a minha volta, de estar plenamente consciente, eu sentia outra força manifestar-se através do meu corpo. Senti a força e a grandiosidade daquela entidade e do mundo espiritual como um todo. Senti a grandiosidade da vida, retirei do meu coração qualquer dúvida que eu poderia ter sobre a continuidade e eternidade da vida após a morte no mundo terreno. De repente a minha vida aqui na Terra, os meus conflitos pessoais, as preocupações que me tiravam o sono se tornaram tão pequeninos…
Certamente a minha vida nunca mais seria a mesma após o primeiro contato com a força das entidades da Umbanda.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

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Muito se fala sobre a intolerância religiosa, na maioria praticada por seguidores de determinadas religiões cujos seguidores se acreditam os únicos ungidos e amparados por Deus, mas pouco se tem falado na intolerância praticada pelo poder público, que se mostra solícito com as manifestações dos seguidores das religiões cristãs (católicos e evangélicos), franqueando-lhes espaço público em estádios praças e avenidas, proporcionando-lhes os mais variados serviços públicos (desde proteção policial até médicos, seguranças e fiscalização) para que possam realizar seus eventos com toda tranquilidade e segurança, não cobrando nada, por maiores que sejam os gastos que realizam. 
Contudo, quando é a vez da Umbanda promover seus eventos religiosos em homenagem a Iemanjá, tudo muda. Aí, as tendas, além de serem obrigadas a pagarem taxas de uso do solo, em terreno da Marinha do Brasil, têm de pagar para entrarem com ônibus até a beira do mar, sendo tratados como indesejáveis pelos respectivos prefeitos das cidades litorâneas.  Dois pesos e duas medidas, esta é a verdade! 
Nossa homenagem, aqui em São Paulo, já é tradicional e vem sendo realizada há varias décadas e, se no passado o poder público era receptivo devido ao grande afluxo de pessoas às suas cidades nos dias em que eram realizados os eventos, quando o comércio local era beneficiado, hoje a realidade é outra e somos vistos e tratados como uma praga, como um estorvo pelo poder público das cidades litorâneas, com muitos nos acusando de “sujarmos as suas praias”, a maioria delas reprovadas para banho pela CETESB, que as consideram impróprias e até publicam a relação das que devem ser evitadas, devido o perigo para os banhistas.  
Nós só vamos em dezembro para as festas em homenagem a Iemanjá e, se deixamos os restos das oferendas na areia é porque não tem outro jeito de se fazer as oferendas. Não dá para inventar ou substituir esta prática milenar de se oferendar na natureza as forças e os poderes dos Orixás.  Mas, e a sujeira e as depredações que acontecem nos grandes eventos das outras religiões, e que ninguém sequer comenta, porque é tabu falar?
Muito se fala sobre intolerância nos dias de hoje, uma coisa que sempre existiu e infelizmente demorará pra deixar de existir, porém as mais evidentes são a racial e a religiosa.  Quando será que entenderemos que as diversas etnias existem por questões naturais e de sobrevivência?  O corpo se adapta ao meio em que vive, ninguém é melhor ou pior que ninguém; há apenas a adaptação do próprio organismo ao ambiente onde subexiste.  Nas religiões, não é diferente. Cada ser procura a religiosidade que melhor atende suas necessidades evolutivas, espirituais e humanas; não há religião melhor ou pior, o que há são Homens querendo ter mais poder que o outro, um dominar o outro, um se colocar mais sábio que outro, não entendem que todos estamos na mesma estrada evolutiva.  
Nós somos criticados e tratados como estorvos e cidadãos de 2ª categoria, tanto pelo poder público quanto pelos moradores das cidades litorâneas.  Os restos de oferendas são descritos como poluidores de suas “maravilhosas” praias que, na verdade, estão muito poluídas e oferecem risco para a saúde dos turistas banhistas, ou que só caminham pelas praias, oferecendo-lhes desde micoses até doenças infecciosas graves, mas isto eles ocultam, porque querem o nosso dinheiro quando vamos às suas cidades só como turistas, não é mesmo?  Hipocrisia!  
A intolerância se mostra de muitas formas e esta é só mais uma delas. As outras religiões até recebem incentivos dos poderes públicos (devido os políticos eleitos por seus seguidores), e seus eventos são vistos e tratados com respeito e reverência. Já os nossos, são vistos como perturbação dos seus habitantes e como poluidores de suas praias, como se fosse possível poluí-las ainda mais do que já estão. Para os seguidores das outras religiões, tudo!
                                      Rubens Sarraceni
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