11/09/2014

COMO INTERAGIR COM OS GUIAS EM UMA CONSULTA

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Muitos de Nós, as vezes não sabemos como agir diante de um Guia em uma consulta, ou que assunto tratar com ele diante de diversas dúvidas e problemas que carregamos em nossa mente. Antes de iniciar esse post, deixo aqui descrito que todos são um time, ou seja, uma equipe pronta e preparada pelo grau Divino para nos ajudar em qualquer questão a que precisemos. Cada falange de Guia tem seu campo de força de atuação, mas isso não quer dizer que se o assunto que queremos tratar não é do campo daquele Guia e que ele não vai nos ajudar. Até porque no Astral eles se comunicam e trabalham em conjunto a todo o tempo, e se um precisar do outro essa parceria será realizada para nos ajudar em nossa aflição. Mas entendendo os campos de atuação dos Guias e sabendo como agir em um dia de consulta para que ela seja mais produtiva, pode facilitar para nós recebermos a orientação para resolvermos nossos problemas e para eles nos ajudarem.

Partindo desse princípio e que não sou o dono da verdade, e tenho interpretações humanas do que aprendo e recebo nas minha intuições em meu convívio com a espiritualidade, vamos ao assunto. Ao meu ver, quanto ao que tratar com cada falange de entidades eu vejo o seguinte:

Os Orixás nos trazem Axé, a palavra Axé significa poder de realização. Ao contrário das entidades incorporantes, as energias de Orixás quando acopladas em seus médiuns elas não falam, mas emanam uma imensa energia de realização na linha a qual representam, Como por exemplo um médium incorporado de um representante do Orixá Xangô, emana uma imensa energia de poder de realização no campo da justiça e equilíbrio, quando você entra no terreiro para abraçar tal médium com influência desse guia é bom mentalizar os campos da sua vida que deseja melhorar nesse campo da justiça e pedir equilíbrio para suas realizações pessoais, profissionais e espirituais. Lembrando que todos os seus pedidos e pensamentos devem sempre envolver o seu bem e o bem ao próximo e nunca ser algo negativo, pois sendo um pedido negativo,  essa energia se voltará contra o seu pedidor pois absorvemos o que desejamos e emanamos ao próximo. Sempre eleve seus pensamentos a Deus em seus pedidos.

As Crianças, conhecidas também como Erês nos trazem alegria de viver, a felicidade de valorizar o simples, de notar energias positivas num simples abraço. Elas nos dão uma grande energia realizadora, as crianças são muito realizadoras, aproveite uma gira de crianças para pedir a elas ajuda para conquistar o que almeja, mas nunca esqueça que pedidos materiais nem sempre são os mais adequados, precisamos entender que a vida é eterna e devemos pedir ajuda ao que nos faça melhorar e evoluir como Espírito e Matéria e não só como matéria.

Os nossos amados pretos-velhos são grandes sábios, que com toda sua sabedoria nos aconchegam com seus conselhos cheios de amor, humildade e tranquilidade. Os velhos são grandes magistas, podem nos ajudar de diversas formas nos livrando de energias negativas com grandes magias, banhos de ervas ou as vezes com algumas “cachimbadas”, enquanto estamos conversando eles, no astral estão nos limpando de diversas energias negativas que estão acopladas em nossas auras com a fumaça de seus cachimbos. Os velhos estão para nos ajudar em nosso desenvolvimento e evolução, com ele pode-se tratar desde um problema no trabalho a um problema familiar, os velhos trabalham muitos sobre a irradiação de Obaluaê devido as almas. É muito pertinente falar sobre algum problema de saúde seja física ou mental ou espiritual, com as grandes magias eles ajudarão na nossa melhora.

Os nossos queridos Caboclos, precisamos interpretar que vem na irradiação de Oxóssi e Ogum, mesmo tendo vários outros com irradiação de todos os Orixás, são vistos como guerreiros juntos com os Boiadeiros, são grandes realizadores e vencedores de demandas. Sempre guerreando contra as energias negativas que nos cercam, gosto muito de tratar sobre assuntos profissionais, conselhos para as realizações profissionais e trabalhos que realizo. Os Caboclos carregam todo o mistério das matas e com as ervas nos indicam grandes magias para limpeza e elevação do nosso espírito. São mais diretos em seus conselhos e menos fraternos em suas palavra. São mais diretos nos mostrando o que tem que ser feito, se podem falar falam se não podem não falam, mas nos ajudam a nos iluminar para enxergarmos o que precisamos.

As entidades de esquerda Exú e Pombagira são respectivamente os Exús entidades vitalizadoras e as Pombagiras estimuladoras, ele vem para vitalizar nossas características positivas, desvitalizar o que absorvemos de negativo e neutralizar o que recebemos de demandas negativas da mesma forma são as Pombagiras, só que estimulando e desestimulando e neutralizando as demandas. São entidades de luz que atuam nas trevas, em busca de batalhar contra os exércitos do mal e resgatar espíritos perdidos. São ótimos para pedir para abrirem seus caminhos, pois tem como poder divino dado por Deus, serem os guardiões dos caminhos, são também ótimos para lhe ajudar a quebrar e vencer demandas que estejam sobre você. Atuam diretamente ligados a nossa vaidade e nosso ego, nos ajudando a evoluir espiritualmente mexendo com nossos defeitos e fazendo os melhorar. Esse tipo de entidade ao contrário do que muitos creem não são para fazer amarrações, magia negra ou algo do tipo, muito pelo contrário são para desfazer tais trabalhos, se alguma entidade se apresenta sendo dessa falange para fazer tal trabalho, se resguarde pois pode haver ali um espírito obsessor se passando por um Exú ou Pombagira de lei. Para explicar essa linha de trabalho tão mal entendida na umbanda é necessário muitos assuntos ainda.

Temos muitas outras linhas que não são tão cultuados em todas as tendas de umbanda como a linha do Oriente e dos Ciganos, que são voltadas para a cura e orientações espirituais, kármica e voltadas para auxílio em nossa evolução e nos orientar sobre as energias existentes, os ciganos tem um espírito mais libertador em sua essência, são muito bons para conselhos sobre como nos desligar de algo material que nos cause mal.

Temos a linha dos Exús e Pombagiras Mirins que trabalham de forma regredidora com o objetivo de nos dar lições e aprendizados e também as pessoas que fazem mal uso de suas faculdades,  ou seja, que usam seu conhecimento para causar mal ao próximo.

Quanto a ir a uma gira apenas para tomar passe, é de tamanha grandiosidade tanto quanto uma conversa. Eles sabem o que precisamos e as vezes mesmo não falando nada estão fazendo tanto quanto falando.

A forma que os guias agem quando você vai em uma sessão, depende não só do guia e do médium, varia também com relação ao desenvolvimento e doutrina do médium a forma que o guia age em uma consulta, como também depende de você consulente no momento da consulta.

Procurem antes de chegar de fato ao momento da consulta mentalizar seus problemas e as resoluções que precisam em sua vida, mantenha-se com o pensamento elevado a Deus e irão ver que a consulta irá fluir de forma positiva, muitas das vezes tendo uma resposta até para o que não esperava ter. Quando estamos desconcentrados isso polui nossa aura, dificultando o guia de entender o que queremos passar. A vezes estamos tão pensativos e poluídos em nossa mente em uma gira que quando chegamos no Guia para se consultar acabamos não tendo nenhum retorno que queríamos e logo colocamos a culpa no Guia de não ser tão bom, mas não paramos para perceber sobre a nossa conduta enquanto esperávamos o momento da consulta.

As vezes mal chegamos a Gira e recebemos uma resposta inesperada de um Guia, isso pode acontecer por devido estarmos passando por algo, ao nosso lado podemos ter carregado até a tenda conosco alguma energia que fez com que o guia tivesse uma interpretação pelo que viu e tal reação de te dar um recado sobre algo de forma tão inesperada.

A cada ida em um terreiro, mesmo que seja como consulente, estamos sendo de grande utilidade para espiritualidade, muitas das vezes levamos conosco espíritos que necessitam de ajuda para serem direcionados a luz do nosso Pai, que no meio do caminho que estamos percorrendo a Tenda de Umbanda, se aproximam devido a energia que levamos conosco refletida em nossa aura sobre estarmos indo a um local de luz. Essa energia podem muitas vezes nos deixar aflitos em uma Gira sem sabermos o motivo e ficarmos com uma vontade imensa de irmos embora ou qualquer outra coisa, até passarmos mal. Mas se foquem no seu dia-a-dia, esperem o momento da consulta que logo irão melhorar, pois o que está com você será encaminhado e você terá sido de grande ajuda para o nosso Criador.

Se estiver se sentindo mal, nunca saia da Gira sem falar com o Dirigente do local, chame-o e explique o que está sentindo que ele irá saber o que fazer, para resolver essa sua sensação.

Escondendo-se atrás da Mediunidade

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Mediunidade é realmente um tema muito fascinante, mas também é bem delicado.

Os dons mediúnicos não vem atrelados a um manual de instruções, onde você saberá como usá-los e para que servem, muito pelo contrário. Apesar dos vários tratados existentes no mercado literário e também cursos em diversas instituições para o desenvolvimento pessoal, a única forma de realmente saber como lidar com a SUA mediunidade é através da prática.
É nesse momento que as coisas começam a ficar complicadas.
Primeiro, é a ansiedade pela manifestação mediúnica organizada, onde o neófito quer a curto prazo atingir o que os médiuns mais velhos já alcançaram. E, apesar da tentativa, da abertura, dos diversos exercícios, nenhuma entidade lhe toma o corpo, muitas vezes apenas o irradia. Então ele, algumas vezes até inconscientemente, começa a seguir o modelo dos médiuns mais velhos, principalmente do dirigente da egrégora em que se encontra.
O segundo desafio é entrar em contato e achar sua própria identidade mediúnica. Com a maioria dos médiuns hoje sendo portadores da mediunidade consciente (e infelizmente não consciência mediúnica) passam a sofrer da insegurança: Sou eu ou a Entidade?
Com o passar do tempo, temos o terceiro obstáculo: Vaidade.
É fácil você se deslumbrar e ser seduzido pelo poder, ao ver que através das suas forças espirituais muitos conseguem recuperar-se, raciocinar melhor, resolver diversos problemas e até mesmo ter suas condições físicas reabilitadas. É aí que começa o que em Terreiro se diz como: “O médium está passando à frente da entidade”.
Mas para as três dificuldades acima comentadas – e para diversas outras – a resposta é sempre a mesma: Estudo e Educação.
A entidade não pode manifestar simplesmente tudo que sabe se o aparelho dela for deficiente.
A reforma moral é o ponto básico e principal; sem isso, o médium sucumbe às hostes negativas e à sua própria negatividade.
E a reforma intelectual com sua progressão é importante também: quanto mais souber, melhor é, mais você poderá ajudar e, com certeza, suas entidades agradecerão. Espírito Guia não é mágico ou milagreiro; ele opera com as leis naturais, algumas que o homem ainda não conseguiu definir pela ciência, mas o mundo espiritual sabe muito bem como usar delas para trabalhar.
Não se esconda por detrás das entidades espirituais e procure melhorar-se sempre para você mesmo, principalmente para a prática da caridade.
Aceite o caminho, um passo depois do outro, para ter uma caminhada longa e sem desgastes.
Esse texto foi escrito pelo nosso colaborador Douglas Rainho

10/09/2014

UMBANDA: BRADOS E ASSOVIOS!

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É muito frequente as entidades de Umbanda logo que
incorporam, emitirem certos assovios e brados,
ou quando estão dando passes. No caso dos brados dados
no momento da incorporação, são mantras, palavras vibradas
que canaliza para o médium certas classes de energia,
a depender da Linha da entidade atuante, que logo se misturam
à aura do médium, equilibrando-o, regularizando o fluxo e equilibrando os chacras, principais a serem utilizados na mecânica da incorporação, permitindo que o mentor possa
atuar, o mais desembaraçado possível naquele aparelho.
São técnicas astrais superiores, de manipulação de forças sutis vitais, que somente esses grandes senhores da luz sabem movimentar.

DEIXAMOS FLUIR A ESSÊNCIA...

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Deixemos fluir realmente a essência dos Guias em nossas vidas e em seus trabalhos!
Muitos e muitos médiuns de Umbanda, no decorrer do desenvolvimento mediúnico, aprendem métodos de incorporação enlatados, em um padrão, e podam a natureza de seus Guias fazendo com que os mesmos tenham que se adaptar ao que o médium aprende como sendo o correto.
Hoje, criaram-se padrões universais para a incorporação e, mais grave ainda, criou-se um estigma de que quanto mais conhecido for o Guia no sentido do nome, mais poderoso Ele é e mais respeitado será o trabalho do médium  que o incorpora. Isto é uma real inversão de valores, visto que o nome dos Guias pouco importa; o que realmente importa é seu trabalho e seu puder realização.
Hoje em dia, Exu deve sempre vir ereto; Caboclo não pode dar seu brado de guerra e Preto Velho deve falar quase que sem sotaque.
Será que a Umbanda necessita mesmo deste tipo de retaliação aos arquétipos sagrados que a sustenta?
Ao meu ver, o médium deve dar vazão total a natureza do Guia!
Independe de nome, de forma de trabalho, de postura. O que realmente importa é que seja real e pleno o trabalho dos Guias em uma Gira de Umbanda!
Ética, educação, bom senso e luz todos os Guias tem, não há necessidade de doutriná-los, visto que, se são Guias, são muito mais evoluídos que nós e carregam ativo um mistério dentro de si que fará todo um trabalho a quem quer que os procure.
Deixemos fluir realmente a essência dos Guias em nossas vidas e em seus trabalhos!
Vamos confiar mais em seus mistérios e forças e abrirmos nossas mentes para que nossos Guias não tenham a necessidade de se moldar aos nossos tabus e dogmas de conceitos novos que nada trazem de útil aos trabalhos atuais.
Não devemos podar de maneira alguma as manifestações de nossos Guias em detrimento do que nós imaginamos e aprendemos que seja o correto.
Lembre-se que, confiando em primeiro lugar em seu Guia, tudo fluirá naturalmente em sua jornada mediúnica; e, quem o faz, recebe ensinamentos e oportunidades profundas de evolução e esclarecimento acerca dos mistérios do Criador.
Que todos os Guias sejam libertados das amarras que muitos colocam neles no momento dos trabalhos em busca de um arquétipo “perfeito” e “evoluído” de uma modernidade que está a cada dia robotizando nossos Guias para satisfazer uma pseuda evolução de nossa religião .

Por Sacerdote Marcel Oliveira

Mediunidade não é doença.

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Na verdade até pouco tempo a medicina considerava a mediunidade como uma perturbação do comportamento. Mais recentemente o Diagnóstico Estatístico de Doenças Mentais considera a mediunidade como um fenômeno normal desde que seja manifestada no contexto adequado da cultura e da religião.
Por exemplo, ninguém se sentiria confortável de consultar um advogado e ele incorporar durante o atendimento para "complementar a consulta". rsrsrs
Mas não é essa a questão principal que queremos discutir hoje.
Queremos dizer que mediunidade não é doença no sentido de que não é qualquer pessoa perturbada que chega a um centro ou terreiro que se pode dizer que o problema é "mediunidade não desenvolvida".
Algumas vezes a mediunidade até pode começar a se manifestar com alguns problemas, principalmente quando a pessoa percebe os primeiros sintomas, como visões ou sensação de presenças espirituais, e não sabe entender o que está acontecendo.
Porém, raríssima mente a mediunidade vai se apresentar como um franco distúrbio mental ou do comportamento.
Mesmo que os médiuns não desenvolvidos sejam mais suscetíveis a influências de obsessores, geralmente quando os canais mediúnicos estão se abrindo existe sempre uma entidade responsável coordenando o processo. Por isso eles não são, de imediato, vítimas do baixo astral.
Já a perturbação espiritual, com possessões e outras formas de interferências negativas, pode ocorrer em qualquer pessoa, seja ela médium ou não.
Existem médiuns que ficam perturbados ao longo do caminho, especialmente aqueles que não foram cuidadosos e que abusaram de seus dons mediúnicos em busca de fama, riqueza ou poder. Mas aí já são outros quinhentos.
Então, apenas para confirmar, lembremos que mediunidade não é doença. É uma faculdade do espírito e quanto mais ajustado e harmonizado no seu karma, mais suave e natural será o aparecimento e o desenvolvimento de seus dons mediúnicos.
O normal é que a espiritualidade se manifeste sempre como algo positivo na vida das pessoas.

CARIDADE...

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Existe uma distância, enorme, entre a palavra “CARIDADE” e a ação, real, de caridade. A palavra “CARIDADE” é muito usada como desculpa para aliviar o peso na consciência, ou se fazer de coitado, vítima da vida. Outros usam a “CARIDADE” para justificar sua pretensa bondade, sua salvação, e até como vaidade, ela é muito usada. Será que se faz tanta caridade quanto se fala de caridade? Aqueles que dizem fazer caridade têm ideia do sentido mais profundo da palavra?
Na Umbanda, todos dizem fazer a caridade e, quando pedimos para explicar que caridade é esta, ouvimos os conceitos mais variados. Muitos dizem fazer a caridade para seus próprios Guias, para que estes evoluam, o que é uma inversão completa de papel: acreditar que o médium deve trabalhar incorporado, ceder seu corpo, para que seus mentores espirituais possam evoluir! Neste contexto, encontramos médiuns que acreditam estar fazendo “o favor” de frequentar uma Tenda de Umbanda e incorporar espíritos. Trabalham de má vontade, trabalham por obrigação, porque fazendo esta caridade estão comprando um “terreninho” na Aruanda. Fazem esta caridade de incorporar espíritos para saldar suas dívidas, para “limpar” ou “queimar”seu carma. São tão caridosos que, com muito custo e dificuldade, abandonam suas atividades fúteis para vestir o papel de bons samaritanos, juntando fileiras de preguiçosos que acreditam já fazer demais só por ir uma vez na semana ao Terreiro, incorporar e atender com seus Guias. Justificam sua falta de doutrina, sua falta de estudos, sua letargia cultural, alegando que não precisam saber de nada, pois seus Guias sabem de tudo.
A única coisa que precisam fazer é esta caridade. Que caridade é esta?
Outros, em nome da caridade, se deixam explorar apenas para se fazerem de coitados, de vítimas da vida; são como crianças que desejam estar doentes para ter a atenção dos pais. Afirmam que seus Guias ajudam a todos, menos a eles mesmos. Vivem falando da ingratidão alheia e que esta é a moeda pela qual se paga sua preciosa caridade. Se orgulham de não ter nada e, se vivem mal, às vezes na sujeira, chamam isso de humildade.
Sua caridade é a única coisa que sobrou para chamarem a atenção alheia. Querem ser tratados como coitados que tudo fazem para ajudar sem aceitar nenhum tostão, frase que vivem repetindo como papagaios: dar de graça, o que recebemos de graça. E logo emendam que o preço da caridade é ingratidão, já que sua caridade não é um fim em si, mas sim um meio para alcançar algo. Neste caso, esperam que o outro se sinta em dívida para consigo, estes mesmos a quem ele diz ter feito “caridade”. E se não recebem o reconhecimento, logo passam a praguejar as mesmas pessoas que afirmam ter ajudado tanto.
Existem os tais caridosos, sacerdotes e dirigentes, que pagam todas as contas e despesas do Terreiro sozinhos. Não ensinam a seus médiuns o valor sagrado da colaboração e manutenção de um templo. Postura cômoda destes dirigentes, que usam esta condição para tratar mal as pessoas, humilhar e expor ao ridículo seus médiuns, quando estes não lhes agradam. Dizem aceitar a todos os médiuns, dizem que o Pai ou a Mãe não pode escolher os filhos, devem aceitar a todos que chegam, porque esta é sua caridade, mas, às escondidas e até abertamente, falam mal dos mesmos filhos, ironizam e desdenham, dizendo que médium é assim mesmo, só serve para dar desgosto.
Na época de Kardec, o Catolicismo afirmava que: “Fora da Igreja não há salvação” e, por isso, Kardec afirmava que: “Fora da caridade não há salvação”. O Caboclo das Sete Encruzilhadas define a Umbanda como: “A manifestação do espírito para a prática da caridade”. Mas o que é esta caridade?
Muitos dizem que é “dar de graça, o que recebeu de graça”, mas ao mesmo tempo usam esta mesma frase para atacar tudo que acreditam não estar de acordo com a sua caridade.  A caridade é uma virtude e “a virtude nunca espera recompensa”. A virtude não é um meio para se alcançar algo; virtude é um fim em si mesma, virtude é uma qualidade. Quem tem a virtude de fazer o Bem, faz por prazer puro e simples.  Qualquer interesse anula automaticamente o benefício da caridade. Jesus dizia que “os últimos serão os primeiros a entrar no Reino”. E logo surgem aqueles que se esforçam para ser os últimos com o único interesse de ser o primeiro.  Os últimos são os desapegados de qualquer resultado. O apego ao desapego continua sendo apego e estes “últimos”, forjados, nunca serão os primeiros.
A caridade é o resultado de uma ação fundamentada no amor e na verdade, com total desapego de resultado ou julgamento.

CARIDADE E A LENDA DE BODHIDARMA
Conta-se que um homem conhecido como Bodhidarma foi quem levou o Budismo zen (chan, dhiana) da Índia para a China. Ao chegar na China, já havia inúmeros templos dedicados ao budismo. Como sua fama o precedeu, Bodhidarma foi chamado na presença do imperador Wu.
O imperador afirmou ter construído muitos templos e apoiado o budismo durante anos e, então, perguntou ao Bodhidarma qual mérito ele havia alcançado por fazer tantas obras em nome do Budismo. A resposta foi que o imperador não alcançou mérito algum, pois tudo fez por puro interesse de mérito.
Alguns autores afirmam que o imperador teria perguntado se, com isso, ele iria para o “céu”, e Bodhidarma teria respondido que não, que ele iria para o “inferno”, pois suas ações foram motivadas por interesse e não por virtude.  O imperador acreditava ter feito muita caridade. De fato, ele ajudou, e muito, o crescimento do Budismo, o que era visto por muitos como caridade. No entanto, nossas ações não são moeda de troca para se alcançar um estado elevado de consciência, o céu ou a luz.  Ajudar ao próximo é bom, mas nem sempre quem ajuda tem paz para si mesmo. Ajudar ao próximo é muito importante, mas ajudar a si mesmo é fundamental.
A maior caridade é o despertar para a verdade maior; a maior caridade é tomar consciência de quem somos; a maior caridade é a autorrealização.

Ninguém pode dar o que não tem. A caridade real só existe quando praticada com desapego, virtude, amor, verdade e isenção de julgamento. Dar coisas ou dinheiro aos outros pode ajudar, dar comida é importante, dar atenção é essencial, mas dar amor é divino. Em grego, a palavra caridade (caritas) é uma forma de amor. Amor é algo que, quanto mais se dá, mais ainda vamos ter. Por isso, um koan budista diz que, para quem tem um cajado, outro lhe será dado e, daquele que nada tem, mais lhe será tirado. O que quer dizer que, se você não ama o que tem, até isso lhe será tirado, mas para quem ama o que tem, mais ainda lhe será dado. E é aqui, e apenas aqui, que vale a sentença de que “é dando que se recebe”.
Sem amor e verdade, não existe caridade. Não adianta nem fazer caras e bocas de santo, não adianta vestir a pele de cordeiro, não adianta chorar e fazer voz de criança, muito menos assumir o papel do moralista. A verdade é muito maior do que todas as nossas desculpas, medos, fraquezas e expectativas.
Bodhidarma era um homem forte, de aspecto quase rude. Foi ele quem trouxe a arte marcial para o templo shaolim, o Kung-fu. Era filho de um rei no sul da Índia e já havia renunciado ao reino de seu pai em busca da verdade.  Ele não agia para agradar às pessoas e não podia ser comprado. Era um virtuoso nato como o próprio Buda (Sidharta Gautama).  A lenda diz ainda que o imperador seguiu Bodhidarma para ser instruído e iniciado no caminho zen. Por meio da meditação, o imperador alcançou a paz almejada. Esta paz, por si só, é o céu tão esperado e que pode ser vivido em qualquer lugar do espaço e do tempo.

CONSELHOS PARA SER UM MÉDUIM

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1 – Trabalhar com amor, pois, sem amor não existe Umbanda!

02 – Deixar seus problemas pessoais de lado quando for trabalhar em dias de atendimento ao público. Neste dia, você é um instrumento de Olorum e deve praticar sim a caridade, evitando vibrar energias negativas durante o trabalho e, acima de tudo, confiar em sua espiritualidade com alegria e a certeza de que tudo dará certo em sua vida.

03- Ter zelo pelo Terreiro que o acolheu, pois este Terreiro é o seu lugar santo onde poderá sempre buscar Axé, proteção e tudo mais o que se busca no lado espiritual.

04- Respeitar os dirigentes do Terreiro, pois sem eles não haveria trabalho e nem Terreiro para você praticar sua espiritualidade.

05 – Não tenha melindres e nem busque conflitos dentro do Terreiro; quem sairá mais prejudicado sempre será você.

06 – Não tenha preguiça. A preguiça é a armadilha para que você não faça o que lhe foi determinado e fique com os campos abertos para qualquer energia negativa entrar em sua vida.

07 – Não julgue e nem despreze irmãos de corrente, pois isso desestrutura o trabalho do Terreiro e causa conflitos desnecessários que não levam a nada, só ao negativismo e à intolerância entre irmãos.

08 – Confie plenamente nos trabalhos do Terreiro e nas decisões de quem os comanda. Caso não seja possível, procure outro Terreiro que se afine com sua verdade de trabalho e sua filosofia.

09 – Lembre-se que você não é mais importante ou mais especial que ninguém; você é um trabalhador que deve se colocar em sua posição e assumir as responsabilidades que lhe foram confiadas. Quando isso ocorre, não terá tempo para criticar o trabalho alheio e será um trabalhador eficiente e de confiança dos dirigentes do Terreiro.

10 – Estude muito! Porém, não confunda conhecimento com sabedoria. Você pode estudar por anos a fio e só será sábio mesmo se usar estes conhecimentos adquiridos para sua vida e nunca para diminuir os irmãos ou os dirigentes que não seguiram sua linha de estudo, mas que trabalham com dedicação e com muito amor, tornando-os sábios em seus afazeres.

11 – Siga sempre a hierarquia de trabalho de seu terreiro, não queira fazer mais do que lhe mandaram pois com certeza, estará entrando no campo de outro irmão que também estará cumprindo seus afazeres.

12 – Em um Terreiro, não existe quem faz mais ou quem faz menos. A partir do momento em que você achar que um irmão está fazendo menos, com certeza seu ego está achando que você está fazendo muito melhor e muito mais do que devia fazer. Seja mestre naquilo que lhe foi designado e deixe os irmãos evoluírem conforme seus ritmos naturais.

13 - Médium é mediador; portanto, ele é um meio entre este mundo e o outro e jamais deverá colocar seu racional e suas vontades acima da vontade de Deus e suas divindades, e sempre terá que entender que são instrumentos e não o poder em ação.

Com estas simples regras, notaremos uma melhora sem igual tanto nos médiuns como para a corrente de trabalho de um Terreiro.
 


05/09/2014

Os Rituais Fúnebres Dentro da Religião Africanista

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O Batuque cultua seus antepassados, e embora o culto aos que já se foram faz parte do Fundamento Religioso do Batuque, as obrigações, bem como tudo o que se refere aos rituais fúnebres é separado e diferente do culto aos Orixás.

Há muito respeito e um certo temor ao se falar em "Egun" - espírito dos que se foram - causando até mesmo pânico entre aqueles que não conhecem os fundamentos religiosos. Babalorixás e Yalorixás que atingiram um grau mais elevado na Religião possuem o Balê ou "Buraco", local específico para as obrigações ligadas aos mortos, geralmente situado no extremo oposto á entrada do terreiro, porém quando o Balê ou Buraco não é estabelecido, os rituais e oferendas aos eguns são feitos no mato. As obrigações de egun acontecem em períodos pré-estabelecidos (geralmente próximo á Semana Santa e no Dia de Finados) e anualmente no dia em se comemora a abertura do Balê, salvo ao fato de algum filho-de-santo vir a falecer.

No caso de falecimento do Babalorixá dono do terreiro, o luto no templo dura um ano, neste período ficam suspensas obrigações de corte, toques e fetiches, sendo somente liberado o Jogo de Ifá trinta dias depois para que se possa manter a economia do terreiro. No Balê são feitas as oferendas aos eguns - comidas ritualísticas específicas, flores, bebidas, cigarros, perfumes, etc. - como forma de homenagear nossos ancestrais, desde aqueles que deram início á nossa gôa (família religiosa) até aqueles que se foram mais recentemente.




Ao falecer um iniciado na Religião Africanista é necessário realizar as Obrigações de Desligamento e quanto maior for o grau de importância desta pessoa dentro do culto, maior e mais detalhada será a obrigação, que significa o desligamento do espírito da pessoa falecida com a vida material e terrena. Os cânticos que no lado dos Orixás são chamados de Erís, nos Eguns são chamados de ateté e são acompanhados ao som do tambor xôxo, não há utilização de sineta e nem de agê, a roda movimenta-se no sentido horário enquanto balançam-se os braços, os participantes usam sapatos, características contrárias às das obrigações para os Orixás. Além de homenagear os ancestrais, as Obrigações de Egun também servem para descarregar as cargas negativas.

OFERENDAS AOS ORIXÁS - FRENTES - NAÇÃO RELIGIOSA DE CABINDA - BATUQUE - ...

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