26/10/2012

Mensagem do Exú Tiriri

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Vocês têm ligação com o Diabo?
Rindo, seu Tiriri diz:
O mal está dentro de cada um que vive na sua terra. Cabe a vocês distingui-los, trabalhando para combatê-lo. Não adianta você está dentro de uma igreja, centro ou qualquer templo, invocar o nome de Deus, e logo ao sair deste, agir com maldade para com seu semelhante. Muitos na terra seriam Exú, por viverem com

o coração cheio de maldades.
Veem nos pedir para fazer o mal, e eu te pergunto? Quem é o Diabo.
Acho que se deve contar e a fé. A essência que purifica e perfuma o coração dando a vida.
Alguns vivem a nos massacrar, por gostarmos de beber e fumar, quando deveriam verificar o trabalho realizado. Tantos em outros credos não bebem, não fumam, mas enganam e enrolam os humildes e carentes na fé.
Eu tenho certeza que meu trabalho é muito bem feito e copiado por tantos, vocês dificilmente irão ver um espírita criticar e atacar qualquer religião, porque aprendem a respeitar a liberdade de credo.
Antes de se atacar a religião por alguma coisa errada, deve-se procurar ver o caráter de quem a dirige. De falsos pastores a sua terra está cheia, tornando-se o grande inferno.
Somos massacrados por imagens e nomes que são puras palavras.
Pensem:
Quantos na terra receberam de seus pais nomes de santo e agem unicamente a serviço do mal.
A maldade existe não vinda conosco e sim com pessoas impuras e superficiais. Se um médium tem bom coração este jamais irá carregar um espírito sem luz a serviço do mal.
Alguns Dirigentes de credos diferentes, mas obviamente ligados a Deus, criticam se achando os donos da verdade por lerem a palavra de Deus, criticam imagens criadas pela mão do homem se esquecendo que a Bíblia também é feita pela mão do homem e hoje já se encontra dividida por credos, acho que Deus deixou uma única escritura. Será que eles mesmos agem por intermédio dela. Procure observá-los no dia a dia e não somente em dias de reuniões. Será que a palavra de Deus ensina seus filhos a impor ou ridicularizar, mesmo quando foi traído por Judas este sentiu piedade e amor. O perdoando.
Quem sabe estes são impulsionados com fanatismo e por esses espíritos sem luz que dizem vir dos Espíritas Umbandistas, ou do Candomblé.
Os que criticam geralmente passaram pelo espiritismo desejando algo que jamais mereceram.
Hoje enganando vão acumulando seus seguidores vão emprestando bens para impressionar e chamar mais e mais fiéis.
Eu recebo em minha casa várias pessoas também revoltadas e enganadas em seus credos, mais de que adianta brigar quando um dia de tudo tem que se prestar conta.
Espíritas não atacam, são atacados.
Alguns em seus credos atacam julgando-se melhores.
Jesus não atacou e foi castigado.
Quem é quem?
Os espíritas verdadeiros são serenos e evangelizados, não precisam defender-se, já que Deus é nosso juiz, auxiliado pelo nosso supremo advogado – O divino Mestre Jesus Cristo, no tribunal celestial.
Lembrem-se constantemente.
A vida tem seu começo, meio e fim para todos…

Enviado por Raphael Castro

17/10/2012

05/10/2012

O Poder das Sete Ervas

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Todos sabem que as plantas e flores embelezam os ambientes, mas, o que esta gente desconhece é que elas também transmitem energias ao ambiente, influenciando à tudo e à todos. Cada planta ou erva vibra de um modo diferente e particular, mas quando combinadas, podem aumentar seus efeitos. Exemplo disso são as famosas "sete ervas". Conheça seus efeitos:

Arruda: é umas das ervas mais poderosas para combater inveja e olho-gordo. A arruda já era conhecida e usada na antiga Grécia e Roma. Foi popularizada no Brasil pelas escravas na época na colonização. Quando colocada num ambiente, além de proteger, emite vibrações de prosperidade e entusiasmo. Podemos ter sempre um galho de arruda junto ao corpo para reter as energias negativas.


Guiné: em um ambiente tem o poder de criar um "campo de força" de proteção, bloqueando as energias negativas e emitindo vibrações otimistas. Atrai sorte e felicidade. Cria uma energia de bem-estar nos ambientes.

Alecrim: é uma erva que tonifica as pessoas e os ambientes. É considerado também um poderoso estimulante natural, favorecendo as atividades mentais, estudos e trabalho. Favorece e fortifica o ânimo e vitalidade das pessoas. Agindo em conjunto com arruda, "segura" as energias de inveja, mau-olhado e fofocas.

Comigo-ninguém-pode: o nome da erva já diz tudo. Afasta e quebra todas as energias negativas dos ambientes. Em uso conjunto com espada de São Jorge quebra feitiços, magia e mau-olhado. Além deste superpoderes é uma planta muito bonita para qualquer ambiente.

Espada de São Jorge: por causa de suas folhas pontudas é facilmente associada ao poder de cortar as energias negativas, a inveja, olho-gordo, magia, etc. Alguns dizem que espanta os maus espíritos. Ao cortar as energias negativas, a erva atrai coragem e prosperidade.

Manjericão: Além do delicioso sabor que passa como tempero da cozinha italiana, o manjericão, quando exposto num ambiente, tem a propriedade de acalmar e trazer paz de espírito a todos. Ao acalmar as tensões, afastamos os pensamentos negativos e nuvens negras.

Pimenteira: esta planta combate as energias pesadas e ariscas. É uma planta de vibração estimulante, afrodisíaca, tonificante e atrai boas energias para o amor.

04/10/2012

OFERENDAS NA UMBANDA

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As oferendas na Umbanda fazem parte dos preceitos ritualísticos e estão vinculadas ao conceito de restituição, equilíbrio e movimentação das forças
necessárias à vitalidade humana e sua comunhão com a natureza.
As oferendas podem ser de "obrigações", quando por exemplo, um filho de santo
faz seu amaci e deve fazer a entrega do amalá de seu Orixá. Podem ser de devocionais, quando um filho por iniciativa própria oferece um agrado ao seu
Orixá e podem ainda serem feitas em caráter de necessidade, quando um filho ou devoto da 
encontra-se numa situação onde está privado de suas forças (doença, depressão,
perdas materiais, influências espirituais obsessivas entre outras). Nesses casos, as
oferendas costumam estar associadas a trabalhos magísticos que incluem materiais específicos e devem ser realizadas dentro do terreiro, pela entidade
que está conduzindo o caso.
Os elementos componentes dessas oferendas, de um modo generalizado são:
flores, ervas, velas, frutas, vegetais, grãos, legumes, água, bebidas diversas, 
doces, incensos, especiarias, objetos específicos de cada entidade, fumos, etc.
A maioria dos Umbandistas não possui altares domésticos, como nas diversas
religiões orientais, logo suas oferendas são entregues em sítios da natureza
próprios do orixá,para o qual se está ofertando:
rios e cachoeiras para Oxum, no mar para Iemanjá, nas matas para Oxóssi, nos
canaviais ou campos abertos para Iansã, nas pedreiras (montanhas ou pedras de
cachoeira) para Xangô, Nos caminhos (estradas de chão) para Ogum, em qualquer um dos locais acima, para Oxalá. Os dirigentes umbandistas vêm ensinando a seus filhos e devotos, que tomem o máximo de cuidado com o meio
ambiente, depositando suas oferendas em folhas vegetais, recolhendo materias
como latas, vidros, sacos plásticos; verificndo que suas velas estejam bem firmes
em seus suportes, para não causarem incêndios. etc.
É cada vez maior o número de terreiros, que criam espaços próprios para a entrega dessas oferendas, organizando uma espécie de jardim com um congá 
externo, um exemplo disso, é "Jardim dos Orixás" do Terreiro Pai Maneco em
Curitiba - Paraná.
As oferendas podem ser simples ou complexas, em elementos, montagem e entrega.

Saudações,
CLAUDIA BAIBICH

Lendas de Xangô

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Xangô cumpre a promessa feita a Oxum
Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a condição de que ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele, já muito velho, pudesse assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu que depois do casamento carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e os dois se casaram. Então, Xangô arranjou uma porção de contas vermelhas e outra de contas brancas, e fez um colar com as duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi dizer a Oxum: "- Veja, eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas são minhas e as brancas, de seu pai; agora eu o carrego no pescoço para sempre."
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Xangô torna-se Orixá
Xangô vivia em seu reino com suas 3 mulheres  Iansã, Oxum e Obá , muitos servos, exércitos, gado e riquezas,sempre preocupado em fazer guerra, procurava uma formula para derrotar seus inimigos. Certo dia, ele subiu em uma colina, afim de testar  um novo feitiço que inventara. Quando recitou a fórmula, ouviu-se uma série de estrondos muito fortes e muitos raios riscaram o céu. Quando tudo se acalmou, Xangô olhou em direção à cidade e viu que seu palácio fora atingido. Ele correu para lá e viu que não havia sobrado nada, e muitos de seus súditos aviam morrido. Desesperado, Xangô se refugiou em um lugar distante Iansã correu junto com ele, passado o tempo Xangô não conseguindo agüentar tanta tristeza, bateu com força brutal os pés no chão e afundou pela terra, indo para o Orum, Iansã fez o mesmo na cidade de Irá seguida por Oxum e Obá. Desde então Xangô vive no trovão enquanto Iansã, Oxum e Obá correi com os rios, surgiram assim novos Orixás.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Xangô é condenado por Oxalá comer como os escravos
Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, vira a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oiá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


Lendas de Iansã

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Oyá é dividida em nove partes
Antes de tornar-se esposa de Xangô, Oyá vivia com Ogun. Ela vivia com o ferreiro e ajudava-o em seu ofício, principalmente manejando o fole para activar o fogo na forja. Certa vez Ogun presenteou Oyá com uma varinha de ferro, que deveria ser usada num momento de guerra. A varinha tinha o poder de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres. Ogun dividiu esse poder com a mulher.
Na mesma aldeia morava Xangô, ele sempre ia à oficina de Ogun apreciar seu trabalho e em várias oportunidades arriscava olhar para sua bela mulher. Xangô impressionava Oyá por sua majestade e elegância. Um dia os dois fugiram para longe de Ogun, que saiu enciumado e furioso em busca dos fugitivos. Quando Ogun os encontrou, houve uma luta de gigantes. Depois de lutar com Xangô, Ogun aproximou-se de Oyá e a tocou com sua varinha, e nesse mesmo tempo Oyá tocou Ogun também, foi quando o encanto aconteceu: Ogun dividiu-se em sete partes, recebendo o nome de Ogun Mejê, e Oyá foi dividida em nove partes, sendo conhecida como Iansã, "Iyámesan", a mãe transformou-se em nove.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Iansã é traída pelo Carneiro
Um dia Oxum e outro alguém queriam fazer mal a Iansã, Colocaram o feitiço num bracelete de Oxum e o puseram dentro de uma caixa para que fosse entregue a Iansã.
Agbô, então, foi chamado para levá-lo a Iansã, Agbô era o dono dos carneiros, dono dos agbôs. Tudo o que ocorria no palácio era espalhado por meio da língua de Agbô, o Carneiro, mas Iansã, com sua arguta intuição, pressentiu o que lhe vinha por meio de Agbô.
Ela, então, foi ao encontro do Carneiro e na forma de um vento abriu a caixa e trocou o bracelete por um pequeno pássaro. Agbô foi um instrumento contra Iansã, mas Iansã sentiu-se traída por ele.
Desde então Iansã odeia carneiros e não aceita nem se quer comê-los.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Oyá ganha de Obaluaiyê o reino dos mortos
Certa vez houve uma festa com todas as divindades presentes. Omulu-Obaluaiyê chegou vestindo seu capucho de palha. Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele. Só Oyá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra.
Tanto girava Oyá na sua dança que provocava vento. E o vento de Oiá levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluaiyê. Para surpresa geral, era um belo homem.
O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos.
Rainha que é Oiá Igbalé, a condutora dos eguns. Oiá então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o iruquerê, o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo.
Rainha Oiá Igbalé, a condutora dos espíritos. Rainha que foi sempre a grande paixão de Omulu.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


Lenda de Obá

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Obá é possuída por Ogum

Obá escolheu a guerra como prazer nesta vida, enfrentava qualquer situação e assim procedeu com quase todos os orixás. Um dia, Obá desfiou para a luta Ogum, o valente guerreiro, o ardiloso Ogum, sabendo dos feitos de Obá, consultou os babalaôs, eles aconselharam Ogum a fazer oferendas de espigas de milho e quiabos, tudo pilado, formando uma massa viscosa e escorregadia.
Ogum preparou tudo como foi recomendado e depositou o ebó num canto do lugar onde lutariam. Chegada a hora, Obá, em tom desafiador, começou a dominar a luta, Ogum levou-a ao local onde estava a oferenda, Obá pisou no ebó, escorregou e caiu, Ogum aproveitou-se da queda de Obá, num lance rápido tirou-lhe os panos e a possuiu ali mesmo, tornando-se, assim, seu primeiro homem.
Mais tarde Xangô roubou Obá de Ogum.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Obá provoca a morte do cavalo de Xangô

Xangô era um conquistador de terras e de mulheres, vivia sempre de um lugar para o outro. Em Cossô fez-se rei e casou-se com Obá. Obá era sua primeira e mais importante esposa, Obá passava o dia cuidando da casa de Xangô, moía a pimenta, cozinhava e deixava tudo limpo.
Xangô era um conquistador de terras e de mulheres. Uma vez Xangô viu Oyá lavando roupa na beira do rio e dela se enamorou perdidamente. Com Oiá se casou, mas Xangô era um conquistador de terra e de mulheres e logo se casou de novo.
Oxum foi a terceira mulher. As três viviam às turras pelo amor do rei, para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco, Xangô gostou muito do cavalo, Tempos depois Xangô saiu para guerrear levando Oiá consigo, seis meses se passaram e Xangô continuava longe, Obá estava desesperada e foi consultar Orunmilá, Orunmilá aconselhou Obá a oferecer em sacrifício um iruquerê, espanta-mosca feito com rabo de um cavalo, mandou pôr o iruquerê no teto da casa.
Para fazer a oferta prescrita pelo oráculo, Obá encomendou a Eleguá um rabo de cavalo, e Eleguá induzido por Oxum, mais que depressa cortou o rabo do cavalo branco de Xangô, mas não cortou somente os pêlos e sim a cauda toda e o cavalo sangrou até morrer.
Quando Xangô voltou da guerra, procurou o cavalo e não encontrou, deparou então com o iruquerê amarrado no teto da casa e reconheceu o rabo do cavalo desaparecido, soube pelas outras mulheres da oferenda feita pela primeira esposa.
Xangô ficou irado e mais uma vez repudiou Obá.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

A rivalidade de Obá e Oxum

Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa. A primeira mulher de Xangô foi Oiá-Iansã, que era bela e fascinante.A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa.
Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum. Ambas disputavam a preferência do amor de Xangô. Obá sempre procurava aprender o segredo das receitas utilizadas por Oxum quando esta preparava as refeições de Xangô.
Oxum irritada, decidiu preparar-lhe uma armadilha. Convidou Obá a vir, um dia de manhã, assistir à preparação de um prato que, segundo ela, agradava infinitamente a Xangô.
Obá chegou na hora combinada e encontrou Oxum com um lenço amarrado à cabeça, escondendo as orelhas.Ela preparava uma sopa para Xangô onde dois cogumelos flutuavam na superfície do caldo. Oxum convenceu Obá que se tratava de suas orelhas,
que ela cozinhava, desta forma, para preparar o prato favorito de Xangô.
Este logo chegou, vaidoso e altivo. Engoliu, ruidosamente e com deleite, a sopa de cogumelos egalante e apressado, retirou-se com Oxum para o quarto.
Na semana seguinte, foi a vez de Obá cuidar de Xangô. Ela decidiu pôr em prática a receita maravilhosa. Xangô não sentiu nenhum prazer ao ver que Obá se cortara uma das orelhas. Ele achou repugnante o prato que ela preparara.
Neste momento, Oxum chegou e retirou o lenço, mostrando à sua rival que suas orelhas não haviam sido cortadas, nem comidas.
Furiosa, Obá precipitou-se sobre Oxum com impetuosidade.Uma verdadeira luta se seguiu.Enraivecido, Xangô trovejou sua fúria. Oxum e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se em rios.
Até hoje, as águas destes rios são tumultuadas e agitadas no lugar de sua confluência,
em lembrança da briga que opôs Oxum e Obá pelo amor de Xangô.
 Lenda tirada do livro
(Lendas Africanas dos Orixás) do autor
Pierre Fatumbi Verger / Caribé - Editora Corrupio

Lendas de Yemanjá

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Yemanjá joga búzios na ausência de Orunmilá
Iemanjá e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho, com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou e demorou para voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa, Então, usando o oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.
No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios. ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.
Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ela disse que fez aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumare.
Olofim reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino, Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.
Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.
Lenda tira do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


Iemanjá ganha o poder de cuidar de todas as cabeças
Olodumaré fez o mundo e repartiu entre os orisás vários poderes, dando a cada um reino para cuidar.
A Exú deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas. A Ogum o poder de forjar os utensílios para agricultura e o domínio de todos os caminhos. A Oxóssi o poder sobre a caça e a fartura. A Obaluaiyê o poder de controlar as doenças de pele. Oxumaré seria o arco-íris, embelezaria a terra e comandaria a chuva, trazendo sorte aos agricultores. Xangô recebeu o poder da justiça e sobre os trovões. Oyá reinaria sobre os mortos e teria poder sobre os raios. Ewá controlaria a subida dos mortos para o orum, bem como reinaria sobre os cemitérios. Oxum seria a divindade da beleza, da fertilidade das mulheres e de todas as riquezas materiais da terra, bem como teria o poder de reinar sobre os sentimentos de amor e ódio. Nanã recebeu a dádiva, por sua idade avançada, de ser a pura sabedoria dos mais velhos, além de ser o final de todos os mortais; nas profundezas de sua terra, os corpos dos mortos seriam recebidos. Alem disso do seu reino sairia a lama da qual Oxalá modelaria os mortais, pois Odudua já havia criado o mundo. Todo o processo de criação terminou com o poder de Osoguian que inventou a cultura material.
Para Yemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Osalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos.
Yemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava.
Durante muito tempo Yemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, nos ouvidos de Osalá, que este enlouqueceu. O ori (cabeça) de Oxalá não suportou os reclamos de Yemanjá.
Oxalá ficou enfermo, Yemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias curou Oxalá.
Oxalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.
Lenda tira do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Iemanjá chorou e formou um rio que corre para o mar
Iemanjá teve muitos problemas com os filhos. Ossain, o mago, saiu de casa muito jovem e foi viver na mata virgem estudando as plantas. Contra os conselhos da mãe, Oxóssi bebeu uma poção dada por Ossain e, enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da poção, ele voltou para casa mas Iemanjá, irritada, expulsou-o. Então Ogum a censurou por tratar mal o irmão. Desesperada por estar em conflito com os três filhos, Iemanjá chorou tanto que se derreteu e formou um rio que correu para o mar.
Lenda tira do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Oxaguiã

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Oxaguiã manda libertar o amigo preso injustamente

O filho de Oxalá tornou-se um guerreiro forte e decidiu um dia conquistar um reino para si. Partiu em companhia de seu amigo Auoledjê, conquistou Ejigbô, tornando-se seu rei, o Elejigbô. O rei tinha uma grande paixão, comer inhame pilado, e comia com gula, tanto que o chamavam Oxaguiã, que quer dizer "Oxalá Comedor de Inhame Pilado".
Um dia Auoledjê, que era grande babalaô, precisou partir de Ejigbô, antes disso, aconselhou Oxaguiã que fizesse oferendas, que tornariam o reino próspero.
Assim, como previa Auoledjê, Ejigbô tornou-se uma grande cidade, rica e bem guardada pelos bravos soldados de Oxaguiã. O rei Elejigbô vivia em fausto entre seus súditos, por quem era chamado de "Kabiyesi", que é o mesmo que Sua Majestade.
Na intimidade os amigos o chamavam de "Comedor de Inhame Pilado", mas em público isso era uma heresia. anos mais tarde, Auoledjê retornou a Ejigbô. ao adentrar a cidade, procurou logo por oxaguiã, "Onde está o Comedor de Inhame Pilado?", perguntou, os soldados, que não o conheciam, ficaram furiosos com tamanha insolência. Isso era jeito de se referir ao rei?
Prenderam e maltrataram o desconhecido amigo de Kabiyesi, Auoledjê ressentiu-se da humilhação, com seus poderes mágicos, vingou-se. Durante sete anos todas as catástrofes conhecidas, e não faltando a seca, assolaram o reino de Oxaguiã.
Oxaguiã, desesperado, procurou os adivinhos, e pelo oráculo eles viram a prisão de Auoledjê, um amigo de rei estava preso injustamente. Oxaguiã correu para prisão para libertar o velho amigo. Oxaguiã libertou-o, mas ainda ressentido, escondeu-se na mata.
Elejigbô buscou o velho amigo, suplicando seu perdão, Auoledjê cedeu com uma condição: que nuca aquele povo se esquecesse dessa injustiça, Todos os anos o povo deveria flagelar-se, em memória do funesto acontecido.
Assim, todos os anos, o rei deveria mandar pessoas à floresta cortar varetas. os súditos, divididos em dois grupos, tomariam as varas, simulariam golpes uns nos outros, sem parar, até que as varetas se quebrassem, para que nunca se esquecessem daquela injustiça praticada contra o amigo de Oxaguiã.
Assim foi feito e o reino de Oxaguiã voltou à tranqüilidade e Oxaguiã foi o maior dos reis de Ejigbô. Quando ele foi para o Orum, transformado em orixá, seu culto não se esqueceu do velho amigo babalaô, coma as varetas de Oxaguiã, com atoris, seus adeptos renovam sempre a memória da injustiça, para que ela não volte a acontecer.
Lenda tirada
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Oxaguiã inventa o pilão
Oxalá, rei de Ejigbô, vivia em guerra, ele tinha muitos nomes, uns o chamavam de Elemoxó, outros de Ajagunã, ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã. Gostava de guerrear e de comer, gostava muito de uma mesa farta, comia caracóis, canjica, pombos brancos, mas gostava mais de inhame amassado, jamais se sentava para comer se faltasse inhame.
Seus jantares se estavam sempre atrasados, pois era muito demorado preparar o inhame, Elejigbô, o rei de Ejibô, estava assim sempre faminto, sempre castigando as cozinheiras, sempre chegando tarde para fazer a guerra.
Oxalá então consultou os babalaôs, fez oferendas a Exu e trouxe para humanidade uma nova invenção. O rei de Ejigbô inventou o pilão e com o pilão ficou mais fácil preparar o inhame e Elejigbô pôde se fartar e fazer todas as suas guerras.
Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo inhame que todos agora o chamam de "Orixá Comedor de Inhame Pilado", o mesmo que Oxaguiã na língua do lugar.
Lenda tirada
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Oxalufã

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Oxalá cria a galinha d'angola e espanta a Morte
Há muito tempo, a Morte instalou-se numa cidade e dali não quis mais ir embora. A mortandade que ela provocava era sem tamanho e todas as pessoas do lugar estavam apavoradas, a cada instante tombava mais um morto.
Para a Morte não fazia diferença alguma se o defunto fosse homem ou mulher, se o falecido fosse velho, adulto ou criança. A população, desesperada e impotente, recorreu a Oxalá, rogando-lhe que ajudasse o povo daquela infeliz cidade.
Oxalá, então, mandou que fizessem oferendas, que ofertassem uma galinha preta e o pó de giz efum, fizeram tudo como ordenava Oxalá. Com o efum pintaram as pontas das penas da galinha preta e em seguida a soltaram no mercado.
Quando a Morte viu aquele estranho bicho, assustou-se e imediatamente foi-se embora, deixando em paz o povo daquela cidade. Foi assim que Oxalá fez surgir a galinha d'angola. Desde então, as iaôs, sacerdotisas dos orixás, são pintadas como ela para que todos se lembrem da sabedoria de Oxalá e da sua compaixão
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Orixalá ganha o mel de Odé
Orixalá vivia com Odé debaixo do pé de algodão, Odé ia para a caça e levava sempre Oxalá, eles eram grandes companheiros, mas Odé reclamava sempre de Orixalá, que era muito lento e andava devagar, estava muito velho o orixá do pano branco, e Orixalá reclamava de Odé Oxossi, que era muito rápido e sempre andava bem depressa, era muito jovem o caçador, então os dois resolveram se separar, mas Odé estava muito triste, porque fora criado por Orixalá, e Orixalá estava muito triste, porque fora ele quem criara Odé.
Odé disse então a Orixalá que todo o mel que ele colhesse seria sempre dado a Orixalá e que ele mesmo nunca mais provaria uma gota, reservando tudo o que coletasse ao velho orixá, e que Orixalá sempre dele se lembrasse, quando comesse seu arroz com mel do caçador.
Nunca mais Odé comeu do mel, nunca mais Orixalá de Odé se esqueceu.

Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001



Lendas de Logun Edé

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Logum Edé - O Orixá da Magia e da Boa Sorte
Estava Oxossi o rei da caça a caminhar por um lindo bosque em companhia de sua amada esposa Oxum, dona da beleza da riqueza e portadora dos segredos da maternidade.
Quando de seu passeio, foi avistado por Oxum um lindo menino que estava a beira do caminho a chorar, encontrando-se perdido.  Oxum de pronto agrado, acolheu e amparou o garoto, onde surgiu nesse exato momento uma grande identificação, entre ele, Oxum e Oxossi. Durante muitos anos Oxum e Oxossi, cuidaram e protegeram-lhe, sendo que, Oxum procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém sem sucesso, resolveu tê-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Oxossi, vestiu o menino com roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais, proveniente de suas caçadas. Ensinou a arte da caça, de como manejar e empunhar o arco e a flecha, ensinou os princípios da fraternidade para com as pessoas e o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte e a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador. Oxum por sua fez, ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da vaidade, ensinou a arte da feitiçaria, o poder da sedução, a viver e sobreviver sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e mistérios. Foi batizado por sua mãe e por seu pai de Logum Edé, o príncipe das matas e o caçador sobre as águas. Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só, aprendendo a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Oxum e a fartura de Oxossi, adquirindo princípios de um e de outro, tornando-se herdeiro até nos dias de hoje de tudo que seu pai Oxossi carrega e sua mãe Oxum leva. Esse é Logum Edé.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Logum Edé ganha domínio dado por Olorum
No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que nada, nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria como a um tesouro. É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Oxum, e o grande caçador Oxossi. Esses dois orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito próximos. Oxossi ficava extremamente irritado quando o volume das águas aumentavam e transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta.
Oxum argumentava, junto a ele, que sua água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorum. Oxossi não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação. Olorum resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para tentar apaziguá-los. A floresta de Oxossi logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A vegetação, que era exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil. Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber. A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. Oxossi não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar. Oxum, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes para confortá-la.
Oxossi andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum. Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário desolador. A floresta estava morrendo e ele não podia fazer nada. Desesperado, foi até Olorum pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando. O maior sábio de todos explicou-lhe que a falta d'água estava matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra. A única salvação era a reconciliação. Oxossi, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxum, propondo a ela uma trégua. Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa. Oxum queria que Oxossi se desculpasse, reconhecendo suas qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorum.
Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logum Edé, que iria consolidar esse "casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. Logum Edé sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das águas, onde havia uma vegetação abundante. Sua intervenção era importante para evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o equilíbrio da natureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a fertilidade. Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo limites definidos. Logum Edé, que transitava livremente por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava de um reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logum Edé muito irritado. Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer a transição para o reinado de seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito escorregadia. Voltou, então, para o fundo do rio, onde começou a cavar freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da água para a terra. Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer uma passagem, que tornou mais fácil sua transição. Logum Edé criou, assim, as margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesse local.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Logum Edé Rouba Segredos De Oxalá
Logum Edé era um caçador solitário e infeliz, mas orgulhoso. Era um caçador pretensioso e ganancioso, e muitos os bajulavam pela sua formosura. Um dia Oxalá conheceu Logum Edé e o levou para viver em sua casa sob sua proteção. Deu a ele companhia, sabedoria e compreensão. Mas Logum Edé queria mais, queria muito mais...
E roubou alguns segredos de Oxalá. Segredos que Oxalá deixara à mostra, confiando na honestidade de Logum Edé. O caçador guardou seu furto num embornal a tiracolo, seu adô. Deu as costas a Oxalá e fugiu. Não tardou para Oxalá dar-se conta da traição do caçador que levara seus segredos. Oxalá fez todos os sacrifícios que cabia oferecer e muito calmamente sentenciou que toda a vez que Logum Edé usasse um dos seus segredos todos haveriam de dizer sobre o prodígio:
"Que maravilha o milagre de Oxalá!". Toda a vez que usasse seus segredos alguma arte não roubada ia faltar.
Oxalá imaginou o caçador sendo castigado e compreendeu que era pequena a pena imposta. O caçador era presumido e ganancioso, acostumado a angariar bajulação. Oxalá determinou que Logum Edé fosse homem num período e no outro depois fosse mulher. Nunca haveria assim de ser completo. Parte do tempo habitaria a floresta vivendo de caça, e noutro tempo, no rio, comendo peixe. Começar sempre de novo era sua sina. Mas a sentença era ainda nada para o tamanho do orgulho de Logum Edé. Para que o castigo durasse a eternidade, Oxalá fez de Logum Edé um orixá.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Oxum

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Oxum é concebida por Iemanjá e Orunmilá
Um dia Orunmilá saiu de seu palácio para dar um passeio acompanhado de todo seu séquito. Em certo ponto deparou com outro cortejo, do qual a figura principal era uma mulher muito bonita. Orunmilá ficou impressionado cm tanta beleza e mandou Exu, seu mensageiro, averiguar quer era ela. Exu apresentou-se ante a mulher com todas as reverências e falou que seu senhor, Orunmilá, gostaria de saber seu nome. Ela disse que era Iemanjá, rainha das águas e esposa de Oxalá.
Exu voltou à presença de Orunmilá e relatou tudo o que soubera da identidade da mulher. Orunmilá, então, mandou convidá-la ao seu palácio, dizendo que desejava conhecê-la. Iemanjá não atendeu o seu convite de imediato, mas um dia foi visitar Orunmilá.
Ninguém sabe ao certo o que se passou no palácio, mas o fato é que Iemanjá ficou grávida depois da visita a Orunmilá. Iemanjá deu a luz a uma linda menina. Como Iemanjá já tivera muitos filhos com seu marido, Orunmilá enviou Exu para comprovar se a criança era mesmo filha dele. Ele devia procurar sinais no corpo. Se a menina apresentasse alguma marca, mancha ou caroço na cabeça seria filha de Orunmilá e deveria ser levada para viver com ele.
Assim foi atestado, pelas marcas de nascença, que a criança mais nova de Iemanjá era de Orunmilá. Foi criada pelo pai, que satisfazia todos os seus caprichos.
Por isso cresceu cheia de vontades e vaidades, o nome dessa filha é Oxum.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Oxum exige a filha do rei em sacrifício
Certa vez, o rei de Oloú, precisava atravessar o rio onde vivia Oxum, o rio naquele dia se encontrava enfurecido e os exércitos do rei não podiam passar pelas traiçoeiras correntezas.
Oloú fez um pacto com Oxum para que baixasse o nível das águas, em troca lhe oferecia um bela prenda, Oxum entendeu que Oloú estava prometendo Prenda Bela.
Prenda Bela era o nome da mulher de Oloú, filha dileta do rei de Ibadã. Oxum baixou o nível das águas e Oloú passou com seu exército. Oloú jogou no rio a bela prenda: uma grande oferenda com as melhores comidas e bebidas, os mais finos tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos preciosos.
Tudo foi devolvido para as areias das margens de Oxum, Oxum só queria Prenda Bela, a princesa. Tempos depois, Oloú retornou vitorioso de sua expedição e, ao chegar ao rio, este novamente estava turbulento, o rei ofereceu de novo o mesmo que ofertara antes: uma bela prenda com as melhores comidas e bebidas os mais finos tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos preciosos.
Oxum recusou o oferecido, tudo foi devolvido à praia, intocado, ela queria Prenda Bela, a esposa de Oloú, que estava grávida, contrariado, mas sem ter outra saída, Oloú lançou ao rio sua indefesa e grávida consorte, ao ser lançada às águas revoltas, Prenda Bela deu à luz uma criança, Oxum devolveu a criança; era somente Prenda Bela que ela queria.
Oloú seguiu seu caminho, retornando muito triste a seu reino, o rei Ibadã logo foi informado do fim trágico da filha, declarou guerra a Oloú, venceu-o e o expulsou para sempre do país.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Oxum Apará tem inveja de Oyá
Vivia Oxum no palácio em Ijimu, passava os dias no seu quarto olhando seus espelhos, eram conchas polidas onde apreciava sua imagem bela.
Um dia saiu Oxum do quarto e deixou a porta aberta, sua irmã Oyá entrou no aposento, extasiou-se com aquele mundo de espelhos, viu-se neles.
As conchas fizeram espantosa revelação a Oyá, ela era linda! A mais bela! A mais bonita de todas as mulheres! Oyá descobriu sua beleza nos espelhos de Oxum, Oyá se encantou, mas também se assustou: era ela mais bonita que Oxum, a Bela.
Tão feliz ficou que contou do seu achado a todo mundo, e Oxum Apará remoeu amarga inveja, já não era a mais bonita das mulheres, vingou-se.
Um dia foi à casa de Egungun e lhe roubou o espelho, o espelho que só mostra a morte, a imagem horrível de tudo o que é feio, pôs o espelho do Espectro no quarto de Oyá e esperou, Oyá entrou no quarto, deu-se conta do objecto, Oxum trancou Oyá pelo lado de fora, Oyá olhou no espelho e se desesperou.
Tentou fugir, impossível, estava presa com sua terrível imagem, correu pelo quarto em desespero, atirou-se no chão, bateu a cabeça nas paredes, não logrou escapar nem do quarto nem da visão tenebrosa da feiura. Oyá enlouqueceu, Oyá deixou este mundo.
Obatalá, que a tudo assistia, repreendeu Apará e transformou Oyá em orixá. Decidiu que a imagem de Oyá nunca seria esquecida por Oxum. Obatalá condenou Apará a se vestir para sempre com as cores usadas por Oyá, levando nas jóias e nas armas de guerreira o mesmo metal empregado pela irmã.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Ewá

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Ewá é escondida por seu irmão Oxumaré

Filha de Nanã também é Ewá. Ewá é o horizonte, o encontro do céu com a terra. É o encontro do céu com o mar. Euá era bela e iluminada, mas era solitária e tão calada. Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, que arranjasse um casamento para Ewá. Mas ela desejava viver só, dedicada à sua tarefa de fazer criar a noite no horizonte, mandando sol com a magia que guarda na cabeça adô. Nanã porém, insistia em casar a filha.
Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê. O Arco-Íris escondeu Ewá no lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás do horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la. Assim os dois irmãos passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra. Onde ela faz a noite com seu adô.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Ewá livra Orunmilá da perseguição da morte.
Orunmilá era um babalaô que estava com um grande problema. Orunmilá estava fugindo da morte, de Icu, que o queria pegar de todo jeito. Orunmilá fugiu de casa para se esconder. Correu pelos campos e ela sempre o perseguia obstinada. Correndo e correndo, Orunmilá chegou ao rio. Viu uma linda mulher lavando roupa. Era Ewá lavando roupa junto à margem. "Por que corres assim, senhor? De quem tentas escapar?" Orunmilá só disse: "hã, hã". Foges da morte? Adivinhou Ewá. "Sim", respondeu ele.
Ewá então o acalmou. Ela o ajudaria. Ewá escondeu Orunmilá sob a tábua de lavar roupa, que na verdade era um tabuleiro de Ifá, com fundo virado para cima.E continuou lavando e cantando alegremente. Então chegou Icu, esbaforida. Feia, nojenta, moscas envolvendo-lhe o corpo, sangue gotejando pela pele, um odor de matéria putrefata empestando o ar. A morte cumprimentou Ewá e perguntou por Orunmilá. Ewá disse que ele atravessara o rio e que àquela hora devia estar muito, muito longe, muito alem de outros quarenta rios.
Ewá tirou Orunmilá de sob a tábua e o levou para casa são e salvo. Preparou um cozido de preás e gafanhotos servido com inhames bem pilados. À noite Orunmilá dormiu com Ewá e Ewá engravidou. Ewá ficou feliz pela sua gravidez e fez muitas oferendas a Ifá. Ewá era uma mulher solteira e Orunmilá com ela se casou. Foi uma grande festa e todos cantavam e dançavam. Todos estavam felizes. Ewá cantava: "Orunmilá me deu um filho". Orunmilá cantava: "Ewá livrou-me da morte". Todos cantavam: "Ewá livra de Icu". Todos cantavam: "Ewá livra de Icu".
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Ewá se desilude com Xangô e abandona o mundo dos vivos.
Ewá filha de Obatalá, viva enclausurada em seu palácio. O amor de Obatalá por ela era possessivo. A fama de sua beleza chagava a toda parte, inclusive aos ouvidos de Xangô. Mulherengo como era, Xangô planejou seduzir Ewá. Empregou-se no palácio para cuidar dos jardins. Um dia Ewá apareceu na janela e deslumbrou-se com o jardineiro. Ewá nunca vira um homem assim tão fascinante.
Xangô deu muitos presentes a Ewá. Deu-lhe uma cabaça enfeitada com búzios, com uma obra por fora e mil mistérios por dentro, um pequeno mundo de segredos, um adô. E Ewá entregou-se a Xangô. Ele fez Ewá muito infeliz até que ela renegou sua paixão.
Decidiu se retirar do mundo dos vivos e pediu ao pai que a enviasse a um lugar distante, onde homem algum pudesse vê-la novamente. Obatalá deu então a Ewá o reino dos mortos, que os vivos temem e evitam. Desde então é ela quem domina o cemitério. Ali ela entrega a Oyá os cadáveres dos humanos, os mortos que Obaluaê conduz a orixá Oco, e que orixá Oco devora para que voltem novamente à terra, terra de Nanã de que foram um dia feitos. Ninguém incomoda Ewá no cemitério.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Nanã

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Nanã fornece a lama para a modelagem do homem
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho-de-palma, e nada. Foi então que Nana veio em seu socorro, apontou para o fundo do lago com seu ibiri, seu ceptro e arma, e de lá retirou uma porção de lama.
Nanã deu a porção de lama a Oxalá, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nana.
Oxalá criou o homem, o modelou no barro, com um sopro de Olorum ele caminhou, com a ajuda dos orixás povoou a terra. Mas tem um dia que o homem morre e seu corpo tem que retornar à terra, voltar à natureza de Nana Buruku.
Nanã deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é seu.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Nanã proíbe instrumentos de metal no seu culto
A rivalidade entre Nanã Buruku e Ogum data de tempos, Ogum, o ferreiro guerreiro, era o proprietário de todos os metais, eram de Ogum os instrumentos de ferro e aço, por isso era tão considerado entre os orixás, pois dele todas as outras divindades dependiam.
Sem a licença de Ogum não haviam sacrifícios; sem sacrifício não havia orixá, Ogum é o Oluobé, o Senhor da Faca, todos os orixás o reverenciavam, mesmo antes de comer pediam licença a ele pelo uso da faca, o obé com que se abatiam os animais e se preparava a comida sacrificial.
Contrariada com essa precedência dada a Ogum, Nanã disse que não precisava de Ogum para nada, pois se julgava mais importante do que ele. "Quero ver como vais comer, sem faca para matar os animais", disse Ogum.
Ela aceitou o desafio e nunca mais usou a faca, foi sua decisão que, no futuro, nenhum de seus seguidores se utilizaria de objectos de metal que sacrifícios feitos a ela fossem feitos sem a faca, sem precisar da licença de Ogum.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Nanã divide o seu poder sobre os Eguns com Oxalá
Na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore e então Nanã chamava os Eguns para assustá-lo.
Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu sua entrada no Jardim dos Eguns. Mas Oxalá espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela "( ele mesmo).
Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


Lendas de Oxumare

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Oxumare

Arrobo Boi!

Oxumaré era, antigamente, um adivinho (babalaô).
O adivinho do rei Oni.
Sua única ocupação era ir ao palácio real no "dia do segredo";
dia que dá início à semana de quatro dias dos iorubas.
O rei Oni não era um rei generoso.
Ele dava apenas, a cada semana,
uma quantia irrisória a Oxumaré que,
por esta razão, vivia na miséria com a sua família.
O pai de Oxumaré tinha um belo apelido.
Chamavam-no "o proprietário do xale de cores brilhantes".
Mas, tal como seu filho, ele não tinha poder.
As pessoas da cidade não o respeitavam.
Oxumaré, magoado com esta triste situação, consultou Ifá.
"Como tornar-se rico, respeitado,
conhecido e admirado por todos?"
Ifá o aconselhou a fazer oferendas.
Disse-lhe que oferecesse
uma faca de bronze, quatro pombos e
quatro sacos de búzios da costa.

No momento que Oxumaré fazia estas oferendas,
o rei mandou chamá-lo.
Oxumaré respondeu:
"Pois não, chegarei tão logo tenha terminado a cerimônia".
O rei, irritado pela espera, humilhou Oxumaré,
recriminou-o e negligenciou, até,
a remessa de seus pagamentos habituais.

Entretanto, voltando à sua casa,
Oxumaré recebeu um recado:
Olokum, a rainha de um país vizinho, desejava consultá-lo
a respeito de seu filho, que estava doente.
Ele não podia manter-se de pé, caía,
rolava no chão e queimava-se nas cinzas do fogareiro.

Oxumaré dirigiu-se à corte da rainha Olokum
e consultou Ifá para ela.
Todas as doenças da criança foram curadas.
Olokum, encantada com este resultado,
recompensou Oxumaré.
Ela ofereceu-lhe uma roupa azul, feita de um rico tecido.
Ela deu-lhe muitas riquezas, servidores e um cavalo,
com o qual Oxumaré retornou à sua casa, em grande estilo.
Um escravo fazia rodopiar um guarda-sol sobre a sua cabeça
e músicos cantavam seus louvores.

Oxumaré foi saudar o rei.
O rei Oni ficou surpreso e disse-lhe:
"Oh! De onde viestes?
De onde saíram todas estas riquezas?"
Oxumaré respondeu-lhe a rainha Olokum o havia consultado.
"Ah! Foi então Olokum que fez tudo isto por você!"
Estimulado pela rivalidade,
o rei Oni ofereceu a Oxumaré uma roupa do mais belo vermelho,
acompanhada de muitos outros presentes.
Assim, Oxumaré tornou-se rico e respeitado.

Entretanto, Oxumaré era amigo de Chuva.
Quando Chuva reunia as nuvens,
Oxumaré agitava sua faca de bronze
e a apontava em direção ao céu,
como se riscasse de um lado a outro.
O arco-íris aparecia e Chuva fugia.
Todos gritavam: "Oxumaré apareceu!"
Oxumaré tornou-se muito célebre.

Nesta época, Olodumaré o deus supremo,
aquele que estende a esteira real em casa
e caminha na chuva,
começou a sofrer da vista e nada mais enxergava.
Ele mandou chamar Oxumaré
e o mal dos seus olhos foram curados.
Depois disto, Olodumaré não deixou mais que Oxumaré retornasse à Terra.

Desde este dia, é no céu que ele mora
e só tem permissão de visitar a Terra a cada três anos.
É durante estes anos que as pessoas tornam-se ricas e prósperas.


lenda tirada do livro 
(Lendas Africanas dos Orixás) do altor
Pierre Fatumbi Verger/ Caribé - Editora Corrupio

Lendas de Omolu

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Xapanã ganha o segredo da peste na partilha dos poderes
Olodumarê, um dia decidiu distribuir seus bens.
Disse aos seus filhos que se reunissem e que eles mesmos repartissem entre si as riquezas do mundo. Ogum, Exú, Orixá Ocô, Xangô, Xapanã e os outros orixás deveriam dividir os poderes e mistérios sobre as coisas na Terra.
Num dia em que Xapanã estava ausente, os demais se reuniram e fizeram a partilha, dividindo todos os poderes entre eles, não deixando nada de valor pra Xapanã. Um ficou com o trovão, o outro recebeu as matas, outro quis os metais, outro ganhou o mar. Escolheram o ouro, o raio, o arco-íris; levaram a chuva, os campos cultivados, os rios.
Tudo foi distribuído entre eles, cada coisa com seus segredos, cada riqueza com o seu mistério. A única coisa que sobrou sem dono, desprezada, foi a peste. Ao voltar, nada encontrou Xapanã para si, a não ser a peste, que ninguém quisera.
Xapanã guardou a peste para si, mas não se conformou com o golpe dos irmãos. Foi procurar Orunmilá, que lhe ensinou a fazer sacrifícios, para que seu enjeitado poder fosse maior que o do outros. Xapanã fez sacrifícios e aguardou.
Um dia, uma doença muito contagiosa começou a espalhar-se pelo mundo. Era a varíola. O povo, desesperado, fazia sacrifícios para todos o orixás, mas nenhum deles podia ajudar. A varíola não poupava ninguém, era uma mortandade. Cidades, vilas e povoados ficavam vazios, já não havia espaço nos cemitérios para tantos mortos. O povo foi consultar Orunmilá para saber o que fazer. Ele explicou que a epidemia acontecia porque Xapanã estava revoltado, por ter sido passado para trás pelos irmãos. Orunmilá mandou fazer oferendas para Xapanã. Só Xapanã poderia ajudá-los a conter a varíola, pois só ele tinha o poder sobre as pestes, só ele sabia os segredos das doenças.
Tinha sido essa sua única herança. Todos pediram protecção a Xapanã e sacrifícios foram realizados em sua homenagem. A epidemia foi vencida. Xapanã então era respeitado por todos. Seu poder era infinito, o maior de todos os poderes.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Obaluaê conquista Daomé
Um dia Obaluaiyê saiu com seus guerreiros, ia em direcção à terra dos mahis, no Daomé. Obaluaiyê era conhecido como um guerreiro sanguinário, atingindo a todos com as pestes, quando estes se opunham a seus desejos.
Os habitantes do lugar, quando souberam de sua chegada, foram em busca de ajuda de um adivinho, ele recomendou que fizessem oferendas, com muita pipoca, inhame pilado, dendê e todas as comidas de que o guerreiro gostasse, pipocas acalmam Obaluaiyê, disse que seria aconselhável que todos se prostrassem diante dele, assim o fizeram.
"Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!"
"Respeito! Silêncio!"
Obaluaiyê, satisfeito com a sujeição daquele povo, os poupou declamou que a partir daquele dia viveria naquele reino, assim o fez e em pouco tempo o país tornou-se próspero e rico.
Obaluaiyê recebeu nas terras mahis o nome de Sapatá, mesmo assim era preferível chamá-lo de Ainon, senhor das Terras, ou Jeholu, senhor das pérolas.
Esses diferentes nomes foram adoptados por famílias importantes, mas infelizmente provocaram desentendimentos entre elas e os reis do Daomé. Muitas vezes as famílias de Sapatá foram expulsas do reino e, em represália, muitos reis daomeanos morreram de varíola.
Tanta discórdia provocou seu nome, que hoje ninguém sabe mais qual o melhor nome para se chamar Obaluaiyê.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Omolú ganha pérolas de Iemanjá
Omolú foi salvo por Iemanjá quando sua mãe, Nanã Buruku, ao vê-lo doente, coberto de chagas, purulento, abandonou-o numa gruta perto da praia.
Iemanjá recolheu Omolú e o lavou com a água do mar, o sal da água secou sua feridas, Omolú tornou-se um homem vigoroso, mas ainda carregava as cicatrizes, as marcas feias da varíola.
Iemanjá confeccionou para ele uma roupa toda de ráfia, e com ela ele escondia as marcas de suas doenças, ele era um homem poderoso, andava pelas aldeias e por onde passava deixava um rastro ora de cura, ora de saúde, ora de doença, Mas continuava sendo um homem pobre.
Iemanjá não se conformava com a pobreza do filho adoptivo, Ela pensou:
"Se eu dei a ele a cura, a saúde, não posso deixar que seja sempre um homem pobre". Ficou imaginando quais riquezas, poderia da a ele.
Iemanjá era a dona da pesca, tinha os peixes, os polvos, os caramujos, as conchas, os corais, tudo aquilo que dava vida ao oceano pertencia a sua mãe, Olocum, e ela dera tudo a Iemanjá.
Iemanjá resolveu então ver suas jóias tinha algumas, mas enfeitava-se mesmo era com algas, ela enfeitava-se com água do mar, vestia-se de espuma, ela adorava-se com o reflexo de Oxu, a Lua.
Mas Iemanjá tinha uma grande riqueza e essa riqueza eram as pérolas, que as ostras fabricavam para ela. Iemanjá, muito contente com sua lembrança, chamou Omolú e lhe disse:
"De hoje em diante, és tu quem cuidas das pérolas do mar. Serás assim chamado de Jeholu, o Senhor das Pérolas".
Por isso as pérolas pertencem a Omolú, por baixo de sua roupa de ráfia, enfeitando seu corpo marcado de chagas, Omolú ostenta colares e mais colares de pérola, belíssimos colares.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Ossain

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Ossain recusa-se a cortar as ervas miraculosas.

Ossain era o nome de um escravo que foi vendido a Orunmila. Um dia ele foi à floresta a lá conheceu Aroni, que  sabia tudo sobre as plantas. Aroni, o gnomo de uma perna só, ficou amigo de Ossain e ensinou-lhe todo o segredo das ervas.  Um dia, Orunmilá, desejoso de fazer uma grande plantação, ordenou a Ossain que roçasse o mato de suas terras.  Diante de uma planta que curava dores, Ossain exclamava: "Esta não pode ser cortada, é as erva as dores". Diante de uma planta que curava hemorragias, dizia: "Esta estanca o sangue, não deve ser cortada". Em frente de uma planta que curava a febre, dizia: "Esta também não, porque refresca o corpo". E assim por diante.
Orunmilá, que era um babalawo muito procurado por doentes, interessou-se então pelo poder curativo das plantas e ordenou que Ossain ficasse junto dele nos momentos de consulta, que o ajudasse a curar os enfermos com o uso das ervas miraculosas. E assim Ossain ajudava Orunmilá a receitar a acabou sendo conhecido como o grande médico que é. 
[ Lenda tirada do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

Ossain dá uma folha para cada Orixá.

Ossain, filho de Nanã e irmão de Oxumarê, Euá e Obaluayê, era o senhor das folhas, da ciência e das ervas, o orixá que conhece o segredo da cura e o mistério da vida. Todos os orixás recorriam a Ossain para curar qualquer moléstia, qualquer mal do corpo. Todos dependiam de Ossain na luta contra a doença. Todos iam à casa de Ossain oferecer seus sacrifícios. Em troca Ossain lhes dava preparados mágicos: banhos, chás, infusões, pomadas, abô, beberagens.
Curava as dores, as feridas, os sangramentos; as disenterias, os inchaços e fraturas; curava as pestes, febres, órgãos corrompidos; limpava a pele purulenta e o sangue pisado; livrava o corpo de todos os males.
Um dia Xangô, que era o deus da justiça, julgou que todos os Orixás deveriam compartilhar o poder de Ossain, conhecendo o segredo das ervas e o dom da cura. Xangô sentenciou que Ossain dividisse suas folhas com os outros Orixás. Mas Ossain negou-se a dividir suas folhas  com os outros Orixás. Xangô então ordenou que Iansã soltasse o vento e trouxesse ao seu palácio todas as folhas das matas de Ossain para que fossem distribuídas aos Orixás. Iansã fez o que Xangô determinara. Gerou um furacão que derrubou as folhas das plantas e as arrastou pelo ar em direção ao palácio de Xangô. Ossain percebeu o que estava acontecendo e gritou: "Euê Uassá!".
"As folhas funionam!"
Ossain ordenou às folhas que voltassem às suas matas e as folhas obedeceram às ordens de Ossain. Quase todas as folhas retornaram para Ossain. As que já estavam em poder de Xangô perderam o Axé, perderam o poder da cura.
O Orixá Rei, que era um orixá justo, admitiu a vitória de Ossain. Entendeu que o poder das folhas devia ser exclusivo de Ossain e que assim devia  permanecer  através dos séculos. Ossain, contudo, deu uma folha para cada Orixá, deu uma euê para cada um deles. Cada folha com seus axés e seus efós, que são as cantigas de encantamento, sem as quais as folhas não funcionam. Ossain distribuiu as folhas aos orixás para que eles não mais o invejassem. Eles também podiam realizar proezas com as ervas, mas os segredos mais profundos ele guardou para si. Ossain não conta seus segredos para ninguém, Ossain nem mesmo fala. Fala por ele seu criado Aroni. Os Orixás ficaram gratos a Ossain e sempre o reverenciam quando usam as folhas.
[ Lenda tirada do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]

Como Òsanyìn descobre o nome das folhas.
     Òrúnmílá dá a Òsanyìn o nome das plantas.
     Ifá foi consultado por Òrúnmílá que estava partindo da terra para o céu e que estava indo apanhar todas as folhas. Quando Òrúnmílá chegou ao céu Olódùmaré disse, eis todas as folhas que queria pegar o que fará com elas ?
     Òrùnmílá respondeu que iria usá-las, disse que, iria usá-las para beneficio dos seres humanos da Terra. Todas as folhas que Òrunmílá estava pegando, Òrúnmílá carregaria para a Terra.
     Quando chegou à pedra Àgbàsaláààrin ayé lòrun (pedra que se encontra no meio do caminho entre o céu e a terra) Aí Òrúnmílá encontrou Òsanyìn no caminho.
     Perguntou: Òsanyìn onde vai?
     Òsanyìn disse; "Vou ao céu, disse ele, vou buscar folhas e remédios".
     Òrúnmílá disse, muito bem, disse, que já havia ido buscar folhas no céu, disse, para benefício dos seres humanos da terra. Disse, olhe todas essas folhas, Òsanyìn pode apenas arrebatar todas as folhas. Ele poderia fazer remédios (feitiços) com elas porém não conhecia seus nomes.
     Foi Òrúnmílá quem deu nome a todas as folhas. Assim Òrúnmílá nomeou todas as folhas naquele dia.
     Ele disse, você Òsanyìn carrega todas as folhas para a terra, disse, volte, iremos para terra juntos.
     Foi assim que Òrúnmílá entregou todas as folhas para Òsanyìn naquele dia. Foi ele quem ensinou a Òsanyìn o nome das folhas apanhadas.
[ Lenda tirada do Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi ]



Lendas de Oxóssi

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Oxóssi aprende com Ogun a arte da caça.
Oxóssi é irmão de Ogun. Ogun tem pelo irmão um afeto especial. Num dia em que voltava da batalha, Ogun encontrou o irmão temeroso e sem reação, cercado de inimigos que já tinham destruído quase toda a aldeia e que estavam prestes a atingir sua família e tomar suas terras. Ogun vinha cansado de outra guerra, mas ficou irado e sedento de vingança. Procurou dentro de si mais forças para continuar lutando e partiu na direção dos inimigos. Com sua espada de ferro pelejou até o amanhecer.
Quando por fim venceu os invasores, sentou-se com o irmão e o tranqüilizou com sua proteção. Sempre que houvesse necessidade ele iria até seu encontro para auxiliá-lo. Ogun então ensinou Oxóssi a caçar, a abrir caminhos pela floresta e matas cerradas. Oxóssi aprendeu com o irmão a nobre arte da caça, sem a qual a vida é muito mais difícil. Igun ensinou Oxóssi a defender-se por si próprio e ensinou Oxóssi a cuidar da sua gente. Agora Ogun podia voltar tranquilo para a guerra. Ogun fez de Oxóssi o provedor.
Oxóssi é o irmão de Ogun. 
Ogun é o grande guerreiro.
Oxóssi é o grande caçador.
Lenda tirada do
 Livro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi]

Oxóssi mata a mãe com uma flechada.
Olodumare chamou Orunmilá e o incumbiu de trazer-lhe uma codorna. Orunmilá explicou-lhe as dificuldades de se caçar codorna e rogou-lhe que lhe desse outra missão. Contrariado, Olodumare foi reticente na resposta e Orunmilá partiu mundo afora a fim de saciar a vontade do seu Senhor. Orunmilá embrenhou-se em todos os cantos da Terra. Passou por muitas dificuldades, andou por povos distantes. Muitas vezes  foi motivo de deboche e negativas acerca do que pretendia conseguir. Já desistindo do intento e resignado a receber de Olodumare o castigo que por certo merecia, Orunmilá se pôs no caminho de volta. Estava ansado e decepcionado consigo mesmo.
Entrou por um atalho e ouviu o som de cânticos. A cada passo, Orunmilá sentia suas forças se renovando. Sentia que algo de novo ocorreria. Chegou a um povoado onde os tambores tocavam louvores a Xangô, Iemanjá, Oxum e Obatalá. No meio da roda, bailava uma linda rainha. Era Oxum, que acompanhava com sua dança toda aquela celebração. Bailando a seu lado estava um jovem corpulento e viril. Era Oxóssi, o grande  caçador.
Orunmilá apresentou-se e disse da sua vontade de falar com aquele caçador. Todos se curvaram perante sua autoridade e trataram de trazer Oxóssi à sua presença. O velho adivinho dirigiu-se  a Oxóssi e disse que Olodumare  o havia encarregado de conseguir uma codorna. Seria esta, agora, a missão de Oxóssi. Oxóssi ficou lisonjeado com a honrosa tarefa e prometeu trazer a caça na manhã seguinte. Assim ficou combinado.
Na manhã seguinte, Orunmilá se dirigiu à casa de Oxóssi. Para sua surpresa, o caçador apareceu na porta irado e assustado, dizendo que lhe haviam roubado a caça. Oxóssi, desorientado, perguntou à sua mãe sobre a codorna, e ela respondeu com ares de desprezo, dizendo que não estava interessada naquilo. Orunmilá exigiu que Oxóssi lhe trouxesse outra codorna, senão não receberia o Axé de Olodumare. Oxóssi caçou outra codorna, guardando-a no embornal. Procurou Orunmilá e ambos dirigiram-se ao palácio de Olodumare no Orum. Entregaram a codorna ao Senhor do Mundo. De soslaio Olodumare olhou para Oxóssi e, estendendo seu braço direito, fez dele o rei dos caçadores. Agradecido a Olodumare a agarrado a seu arco, Oxóssi disparou  uma flecha ao azar e disse que aquela deveria ser cravada no oração de quem havia roubado a primeira codorna. Oxóssi desceu à Terra. Ao chegar em casa encontrou a mãe morta com uma flecha cravada no peito. Desesperado, pôs-se a gritar e por um bom tempo ficou de joelhos inconformado com seu ato. Negou, dali em diante, o título que recebera de Olodumare.
Lenta tirada do Livro
Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi

Oxóssi desobedece a Obatalá e não consegue mais caçar.

Havia uma grande fome e faltava comida na Terra. Então Obatalá enviou Oxóssi para que ele aí caçasse e provesse o sustento de todos os que estavam sem comida. Oxóssi caçou tanto, mas tanto, que ficou obsessivo: ele queria matar e destruir tudo o que encontrasse. Obatalá pediu-lhe que parasse de caçar, mas Oxóssi desobedeceu. Oxóssi continuou caçando. Um dia encontrou uma ave branca, um pombo. Sem se importar que os animais brancos são de Obatalá, Oxóssi matou o pombo. Obatalá voltou a pedir que ele não caçasse mais, porém Oxóssi continuou caçando. Uma noite Oxóssi encontrou um veado e atirou nele muitas flechas. Mas as flechas não lhe causavam nenhum dano. Oxóssi aproximou-se mais e flechou a cabeça do animal. Nesse momento, o veado se iluminou. Era Obatalá disfarçado, ali, todo flechado por Oxóssi. Oxóssi não conseguiu caçar nunca mais. Profundo foi seu desgosto. 
Lenda tirada  do LIvro Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi
Osòósì mata o grande pássaro.
    Em tempos distantes, Odùdùwa, Obà de Ifé, diante do seu Palácio Real, chefiava o seu povo na festa da colheita dos inhames. Naquele ano a colheita havia sido farta, e todos em homenagem, deram uma grande festa comemorando o acontecido, comendo inhame e bebendo vinho de palma em grande fartura.
      De repente, um grande pássaro, (èlèye), pousou sobre o Palácio, lançando os seus gritos malignos, e lançando fardas de fogo, com intenção de destruir tudo que por ali existia, pelo fato de não terem oferecido uma parte da colheita as Àjès (feiticeira, portadoras do pássaro), personificando seus poderes atravez de Ìyamì Òsóróngà.     
      Todos se encheram de pavor, prevendo desgraças e catástrofes.
      O Oba então mandou buscar Osotadotá, o caçador das 50 flechas, em Ilarê, que, arrogante e cheio de si, errou todas as suas investidas, desperdiçando suas 50 flechas.
       Chamou desta vez, das terras de Moré, Osotogi, com suas 40 flechas. Embriagado, o guerreiro também desperdiçou todas suas investidas contra o grande pássaro.
       Ainda foi, convidado para grande façanha de matar o pássaro, das distantes terras de Idô, Osotogum, o guardião das 20 flechas. Fanfarão, apesar da sua grande fama e destreza, atirou em vão 20 flechas, contra o pássaro encantado e nada aconteceu.
     Por fim, já com todos sem esperança, resolveram convocar da cidade de Ireman, Òsotokànsosó, caçador de apenas uma flecha.
      Sua mãe Yemonjá, sabia que as èlèye viviam em cólera, e nada poderia ser feito para apaziguar sua fúria a não ser uma oferenda, vez que três dos melhores caçadores falharam em suas tentativas.
Yemonjá foi consultar Ifá para Òsotokànsosó.
      Foi consultar os Bàbálàwo. Eles disseram que faça oferendas. Eles dizem que Yemonjá prepare ekùjébú (grão muito duro) naquele dia. Eles dizem que tenha também um frango òpìpì (frango com
as plumas crespas). Eles dizem que tenha èkó (massa de milho envolta em folhas de bananeira).
     Eles dizem que Yemonjá tenha seis kauris. Yemonjá faz então assim, pediram ainda que, oferecesse colocando sobre o peito de um pássaro sacrificado em intenção. Eles dizem que ofereça em uma estrada, dizem que recite o seguinte: "Que o peito da ave receba esta oferenda".
     Neste exato momento, o seu filho disparava sua única flecha em direção ao pássaro, esse abria sua guarda recebendo a oferenda ofertada por Yemonjá, recebendo também a flecha serteira e mortal de Òsotokànsosó.
      Todos após tal ato, começaram a dançar e gritar de alegria: "òsóòsì! òsóòsì!" (caçador do povo).
       A partir desse dia todos conheceram o maior guerreiro de todas as terras, foi referenciado com honras e carrega seu título até hoje.    
 Òsóòsì. 
Lenda tirada  do LIvro
Mitologia dos Orixás de Reginaldo Prandi 


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