28/11/2012

Transporte e Descarrego na Umbanda

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Muito se fala sobre transporte e descarrego na Umbanda, mas poucos são os médiuns que sabem a diferença entre essas duas práticas tão comuns em nossos trabalhos assistenciais. Foi pensando nisso que resolvi colocar hoje para vocês, de maneira bem simples, o que é o transporte e o que é o descarrego na Umbanda, para que todos possam entender como cada um desses processos funciona e saber diferenciar um do outro.



O TRANSPORTE acontece quando um médium desenvolvido, capacitado e firmado dentro de uma corrente mediúnica, por determinação do astral, incorpora uma entidade espiritual de outro médium que no momento é incapaz de incorporar, um exemplo disso é quando ocorre a incorporação do Guia Espiritual de um consulente. Esse ato requer responsabilidade, conhecimento e atenção, pois acontece por algumas necessidades especificas que devem ser compreendidas proporcionando assim o equilíbrio espiritual e energético de todos os envolvidos.



Alguns dos motivos para que o Transporte aconteça: para absorver a energia prânica do médium, assim o corpo astral do Guia é vitalizado, fortalecido e até curado; para solicitar algo específico e importante como uma oferenda; para apresentação ou confirmação da existência de um Guia.



Já o DESCARREGO acontece quando um médium desenvolvido, capacitado e firmado dentro de uma corrente mediúnica, por determinação do astral, incorpora um espírito de baixa vibração energética, mental e emocional com intuito de “limpeza”.



Algumas situações que acontecem durante o Descarrego: médium incorpora “seu” próprio Exu de Trabalho para fazer limpezas energéticas, fazer negociações e/ou vitalizar o consulente; médium incorpora o Exu do consulente para fazer limpezas energéticas, fazer negociações, vitalizar seu médium e/ou solicitar oferenda especifica para que possa defender ou descarregar seu médium junto com elementos naturais e energéticos; médium incorpora Exu ativado pela Lei que, até então, atuava de forma punitiva e paralisadora retirando elementos energéticos e recolhendo espíritos que atuavam sob seu comando; médium incorpora espíritos negativos (faixas vibratórias negativas) como sofredores, eguns, zombeteiros, vampirizadores ou quiumbas, nesses casos todo cuidado e atenção são necessários, um exemplo disso é que para esses espíritos não se deve servir cigarro, vela, bebida etc, assim como não podem ser permitidas a comunicação ou solicitação de oferendas.



Todas essas situações de descarrego acontecem por permissão da Lei Divina, e é a partir de um trabalho religioso, de médiuns preparados, onde o único intuito é a caridade, que se tem a grande oportunidade de encaminhamento destes irmãos, que necessitam de nossa ajuda para um redirecionamento evolutivo.



Tanto o Transporte quanto o Descarrego, são práticas importantíssimas que permeiam as giras de Umbanda facilitando os trabalhos dos Guias Espirituais, além disso, são práticas que requerem muita responsabilidade, disciplina e conhecimento, portanto ESTUDAR é fundamental para melhor agir, praticar e servir dentro da Lei de Umbanda e da Lei Divina.


19/11/2012

AS MÃES DE CHICO XAVIER

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NOSSO LAR

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14/11/2012

Pior do que a infelicidade é nos acostumarmos com ela...

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:: Rubia A. Dantés ::Pior do que a infelicidade é nos acostumarmos com ela...
Tenho comentado com algumas pessoas, que me contam o que estão passando, sobre minha percepção de que estamos em um tempo onde tudo que estava oculto está vindo à tona para ser liberado... ser curado...

Parece que o momento em que estamos vivendo é onde cada um de nós vai se deparar com o que estava escondido, com o que estava minando as nossas forças e diminuindo nossa perspectiva de felicidade, sem que nos déssemos conta disso, mas, ao nos ser mostrado, não tem mais como a gente fingir que não viu... assim como quando temos uma dorzinha de dente que de tão pequena nem tomamos nenhuma providência... e isso se arrasta por muito tempo... dói só um pouquinho de vez em quando, e não fazemos nada porque logo passa... e acabamos nos acostumando com ela...

Até que um dia, o dente amanhece inflamado e você não tem mais como fingir que não viu... você tem que ir ao dentista e, ao olhar seu dente, ele vê que você precisa fazer um tratamento de canal. Você não tem mais como adiar a cura... não tem como simplesmente mandar fechar o dente como se nada tivesse acontecido.

Sinto que muitos de nós estamos passando por um momento assim, onde coisas que às vezes nos incomodavam só um pouquinho aqui, um pouquinho ali.... mas íamos empurrando com a barriga... fingindo que não tinha nada... até que aquilo passa a ser uma parte da nossa vida, passa a ser considerado como normal dentro da nossa história.

Um dia, a coisa se revela de tal forma que não tem mais como fazer de conta que você não está vendo que ali existe algo que pede por uma providência... algo que precisa ser curado dentro de você...
E é incrível que... só então você percebe que pode ser muito mais feliz do que vinha sendo até agora, quando era guiada por memórias equivocadas que o levavam a sabotar a sua felicidade...

E quando você enxerga não tem mais como negar... é como se, em um desses desenhos, onde você tem que encontrar figuras escondidas, alguém lhe mostrasse onde estão as figuras que você não via antes. A partir daí sempre que você olha o desenho, automaticamente, você vê as figuras.

Recentemente, passei por algo assim... por uma experiência muito forte de liberação de algo que era ainda muito escondido, e que para mim nem era um problema a ser resolvido... mas, depois de muitas sincronicidades, não tive outra alternativa a não ser perceber como estava me sabotando...

E foi a partir daí que passei a ficar mais atenta àqueles problemas que nem achamos que são um problema... aquelas pequenas insatisfaçõezinhas que nos acometem aqui e ali durante o dia e que a gente costuma fingir que não está vendo... uma falta de entusiasmo... mas nada que seja um problema que pede por solução... Até que um dia algo nos chama atenção para o quanto estamos nos acostumando ao sofrimento...

Vamos nos acostumando tanto ao sofrimento em pequenas doses que vamos de certa forma ficando vacinados e... aos poucos, vamos suportando doses cada vez maiores de sofrimento que acabam nos levando a acostumar com um estado de não satisfação, acreditando que nossa natureza é assim... mais ou menos feliz.

Mas... ainda bem que nesses tempos parece que algo está acontecendo para não deixar que as pessoas se acostumem com a infelicidade... parece que um movimento que pode, a princípio, parecer assustador, na verdade é abençoado... está trazendo à tona todas as nossas feridas não curadas... toda a infelicidade acostumada... para nos dar a oportunidade de sermos felizes por inteiro e não só em partes... partes que foram ficando tão pequenas que algumas pessoas nem acreditam mais nessa possibilidade da felicidade existir...
É que a felicidade já foi colocada em tantas formas e definições que acabamos nos esquecendo que ela só está presente quando nós também estamos....

Cremando as tolices no fogo do discernimento

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:: Wagner Borges ::Cremando as tolices no fogo do discernimento

Não se preocupe tanto com a eventual cremação do seu corpo.
Preocupe-se mais com a cremação do seu orgulho e de sua ignorância.
Queime suas tolices na fogueira do discernimento. E, depois, disperse as cinzas de suas ilusões no mar da vida...
Não será o tipo de morte - ou a transformação dos seus despojos densos -, que determinará a qualidade de seu viver, na Terra ou em qualquer outro plano de manifestação. Isso é determinado pelo que você pensa, sente e faz.
Fogo ou sete palmos abaixo do chão, nada disso tem a ver com a sua consciência imortal.
Não se prenda a nada disso!
Enterre apenas os seus medos e queime suas culpas.
Que fogo poderá queimar o eterno?
Que terra poderá cobrir o princípio imperecível?
Só o seu corpo poderá ser incinerado ou enterrado. Você, não!
Então, como estudante espiritual, por que você está tão preocupado com isso?
Seus estudos são só teóricos e não lhe dão certeza alguma?
Será que você nunca sentiu a pulsação do Eterno em seu coração?
Nunca sentiu o amor iluminando os seus dias?
Talvez você nunca tenha escutado o seu coração, só sua mente.
Por isso, sua luz ficou fraca e a dúvida capturou o seu raciocínio.
Eu não sei se você deve mandar cremar ou enterrar o seu corpo depois da morte. Aliás, o corpo é seu - e a dúvida também. Então, por que outro deve lhe dizer o que fazer?
O que sei é que se deve prestar atenção à vida e ao momento presente.
Cremar ou enterrar? Sei lá. O que isso tem a ver com sua consciência?
Você não é o corpo. Desde o momento em que você cair fora dele definitivamente, o planeta o absorverá de volta, de uma maneira ou de outra.
Seja "in natura", ou "flambado", os seus elementos físicos serão transformados pela alquimia planetária. Na natureza, nada se perde, tudo se transforma!
Enquanto vive no corpo, cuide bem dele, pois é seu parceiro de viagem terrestre. Mas, depois que sair dele, pense em outros planos de manifestação e decole para o infinito, sem medo.
Por enquanto, que tal viver o agora?
Queime a sua ânsia e enterre os seus dramas.
E, um dia, na hora certa que o Alto determinar, caia fora do corpo e voe bem alto, como espírito livre...
E deixe o corpo ser transformado em paz, seja no seio da terra ou purificado pelo fogo.
De toda maneira, ele voltará a fazer parte dos elementos planetários.
Assim como você voltará para as estrelas e aos espaços livres, em seu corpo de luz, podendo até mesmo brincar com os devas* do fogo, por aí...
Você é filho do Eterno e carrega o fogo estelar em seu próprio Ser.
Com a luz do sol em seus olhos, queime seus medos. E ilumine sua vida, aqui e agora!
Seja feliz, com corpo ou sem corpo, na Terra ou no Espaço.
Em qualquer lugar ou condição, o que vale é o que você pensa, sente e realiza. É o que você é. É o que faz consigo mesmo. O que importa é sua consciência!
Cremação ou enterro? Sei lá, tanto faz.
O importante é ser feliz**.
Então, seja.

Pessoas de alma leve

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Pessoas de alma leve
por Flávio Bastos -
Pessoas de alma leve sentem menos as consequências do ego como centro de comando do movimento vital. Desprendidos dos excessos do eu e seus derivados, que tornam a vida mais densa no sentido energético, tais indivíduos percebem as suas experiências com um novo olhar sobre os significados da vida.

Nas sociedades modernas, a competitividade, que é uma forma de afirmar o ego a qualquer custo, tem gerado o caos. Na trilha do caos, surgem os desequilíbrios bio-psíquico-espirituais e a desarmonia nas relações interpessoais, que acabam contaminando a teia social e contribuindo para manter densa a energia do planeta Terra.

Neste ambiente caótico pela imposição do ego acima dos interesses do bem comum, pessoas de alma leve e coração pacificado são mais felizes porque aprenderam a lidar melhor com as suas emoções e sentimentos. Perdoam com mais facilidade, não julgam e adquirem uma maior margem de tolerância em relação aos defeitos alheios.

Pessoas de alma leve são mais autênticas e mais desapegadas materialmente. Cultivam valores que as mantém firmes como as raízes de uma figueira agarradas à Mãe-Terra, leves e focadas como os precisos voos de uma gaivota.

Pessoas de alma leve despertam mais cedo para a sensibilidade na relação consigo próprio, com o outrem e com o mundo que as envolve. Pelo sentimento de compaixão aprendem e transmitem o seu aprendizado para que outros se beneficiem desta energia.

Pessoas de alma leve não pilotam automóvel BMW, viajam de jato particular ou têm conta-fantasma em paraíso fiscal. São indivíduos comuns que aprenderam com as dores do corpo e da alma a serem mais humanos, simples e verdadeiros.

Portanto, é tempo de elevar o pensamento e mantê-lo sintonizado à energia do bem, que é fonte de saúde para a alma e o corpo. Proteção natural que nos orienta a vigiar as nocivas ações do ego no movimento da vida.

Nesta direção, o terceiro milênio surge, radiante, no horizonte da existência humana, anunciando uma nova era para o homem e o seu planeta. Fase em que a densa energia planetária, lentamente, será substituída por uma energia sutil, compatível com o indivíduo de alma leve.

Fase em que a afirmação do ego a qualquer custo ficará para a história como o ápice de uma civilização em decadência ético-moral, cujos resultados geraram a densa energia que envolvia a Terra e a sua gente.

A transmutação anunciada já é percebida pelos indivíduos dotados de sensibilidade especial ou portadores de percepção suprasensorial. A fase de transição será difícil mas necessária, pois levará centenas de anos e envolverá uma sequência de reencarnações cujos indivíduos encarnados se ajustarão ao perfil exigido pelas leis naturais que regem a vida inteligente no universo.

A partir de então, a sintonia elevada pelo livre-arbítrio fundamentado em valores ético-morais, será o dínamo das sociedades construídas em função do bem comum, onde o "eu" será substituído pelo "nosso", embora a identidade universal do indivíduo continue sendo a essência, o espírito.

Neste início de século 21, que nos situa no alvorecer do milênio da luz, os sinais das transformações são evidentes. As crises mundiais, as previsões baseadas na ciência, no espiritismo e nas profecias antigas, revelam um quadro de alteração para o planeta Terra e a sua população.

Portanto, cultivar a leveza da alma, através de pensamentos e atos que elevem a sintonia com o universo, é a melhor forma de manter-se harmonizado nesta fase inicial de transmutação da energia planetária. Para tal, Brian Weiss resume com precisão o que deveremos fazer: "Se conseguíssemos que todo mundo realizasse alguns atos de bondade diariamente, poderíamos começar a mudar o mundo. Nossos dias pareceriam mais suaves, acumularíamos pequenas alegrias e nossa esperança no futuro seria reforçada".

A era da sensibilidade

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A era da sensibilidade

por Flávio Bastos -


"A carícia nasce do centro e confere repouso, integração e confiança. Como a ternura, a carícia exige total altruísmo, respeito e renúncia a qualquer outra intenção que não seja a da experiência de querer bem e amar". (Paulo Freire)
As profecias maias, num total de sete, estabelecem o dia 21 de dezembro de 2012 como uma data-referência para que grandes transformações ocorram no planeta Terra, e que a partir dessas mudanças começa a era das mães, da mulher, ou a era da sensibilidade.
Se pesquisarmos o significado mais amplo do termo "sensibilidade", encontraremos em seus derivados: emoção, sentimentos de compaixão, simpatia e ternura, a associação da cultura maia à imagem feminina (mulher e mãe).
Segundo sugerem as previsões maias, ao estabelecer o ano de 2012 como início da era da sensibilidade, estaríamos atualmente no final da era da insensibilidade, ou seja, na era da impassividade, da omissão, da indiferença, da falta de compaixão e de ternura, quando a imagem do masculino (homem), provavelmente associado à cultura maia como sendo o promotor da violência, das guerras e da destruição, deixaria de existir...
A era da insensibilidade criada pela imagem maia do homem forte, agressivo, preparado para a luta, porém, insensível e brutalizado, seria, conforme anuncia o Espiritismo para o início deste milênio, o final da fase planetaria de "provas e expiações"? E a era da mulher-mãe sensível e amorosa denominada era da sensibilidade, seria como informa-nos a doutrina dos espíritos, a nova fase terrena de "regeneração espiritual"?
Na verdade, fica difícil chegarmos a uma conclusão. No entanto, as coincidências relacionadas às previsões maias e às mudanças de vibração energética do planeta para esse início de milênio como afirma o Espiritismo, existem, e não temos como negá-las, principalmente se nos aprofundarmos um pouco mais na análise dos fatos atuais como veremos a seguir.

O desrespeito com o humano e a insensibilidade em relação à preservação da natureza, são fatos inquestionáveis e que podem ser traduzidos pela existência de guerras étnicas, religiosas e por interesses. As grandes inundações começam a ameaçar populações litorâneas a partir do degelo dos polos e geleiras espalhadas pelo planeta. Catástrofes naturais ocorrem com mais frequência do que antes. Tempestades de efeito eletromagnético oriundas do sol, ameaçam paralisar os sistemas de comunicação mundial, confundindo e provocando o caos. Enfim, a poluição do ar, do mar, da terra e das fontes de água potável, assim como a sua escassez, além da devastação das florestas, a caça e a pesca predatórias, contribuem, e muito, para que vislumbremos um quadro preocupante para os próximos anos do planeta Terra. Nesse sentido, as profecias maias, o Espiritismo, o apocalipse bíblico e as previsões científicas, demonstram afinidade e coerência com a situação de alerta e de risco que experienciamos no presente.

Sabemos que na natureza tudo tem o seu ciclo de vida, morte, e novamente vida... a começar pelo micro ao macro sistema. E que com os planetas e estrelas - e o sol é uma delas - ocorrem, eventualmente, grandes transformações baseadas nessa lei cíclica universal. A Terra, nossa morada, já passou por diversos ciclos em função da ação externa, principalmente do sol sobre ela... até chegar ao "momento cósmico" em que a vida proliferou.

No entanto, existe uma lei também física que nos informa o seguinte: "Pra toda ação existe uma reação". E o homem tem agido, ao longo dos séculos, de uma forma um tanto irresponsavel em relação à sua morada terrena, o que tem contribuido para que as forças da natureza em desequilíbrio, reajam da forma como vem reagindo...

Durante os milênios, a vida no planeta Terra caminhou na "corda bamba" que separa o equilíbrio do desequilíbrio. Nos últimos séculos, porém, o homem, imbuído de um sentimento de poder e superioridade, resolveu "abocanhar pedaços" dessa lei de equilíbrio natural, o que lhe trouxe o ônus da sensação de desequilíbrio que experenciamos hoje.

E essa sensação de desequilíbrio pode ser traduzida em uma única palavra: desrespeito, ou seja,  acúmulo de energia negativa resultante da falta de respeito por si mesmo, pelo semelhante e,  como consequência, pelo planeta que nos abriga e pelo qual deveríamos, com reverência, chamá-lo de "Mãe-terra" como faziam os povos primitivos das Américas.

Portanto, conforme as profecias maias, a era da sensibilidade viria resgatar valores humanos e espirituais aos quais o homem, representado pela imagem masculina da "insensibilidade", deixara de dispensar a devida importância, à medida que com o passar dos séculos teria priorizado cada vez mais valores materialistas...

A partir da data-referência maia, a era do predomínio dos sentimentos de amor resgataria o homem da ignorância em que se encontra, aproximando-o da Luz emitida pelo sentimento de compaixão e de ternura da mulher, compreendida também como mãe que acolhe e protege. Seria o renascimento do novo homem através do simbolismo da Mãe-Mulher, o que aproximaria os polos humanos da Criação Divina e restabeleceria o equilíbrio natural e a harmonia na face da Terra.

01/11/2012

ORAÇAO A TODOS OS ORIXÁS

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Que meus pensamentos sejam guiados,
protegidos, que dentro da minha cabeça não tenha espaço para pensamentos perversos de outras pessoas,
não dou um passo sem meus guias, mentores,olharem e falarem pode ir por ai, peço licença se não estou em espaço que não sou bem vinda, a todos os seres AXÉ e a mim um chega de sofrimento já basta, aos meus guias meu muito obrigado por não me deixar cair em buracos que já quiseram me jogar,
eles me ensinaram que com minhas unhas eu cavo ate a luz,e que se eu escorregar eles me seguraram para não me afundar,


a tempestade meu corpo não vai tocar Iansã me segurará,
numa queda d'água meu corpo não ira pesar oxum me cobrirá
num mar aberto não irei me afogar Yemanja ira me ensinar nadar,
nas pedreiras Xango irá me guiar,
meu corpo ira fechar para os inimigos não me tocarem pois ogum estará ao meu lado
oxossi nas matas da vida ira abrir caminhos para mim,
obaluae irá me segurar se eu atravessar por sentimentos e coisas ruins, as crianças minha vida alegrará,meus vôs e vós iram me ensinar a enfrentar a vida de cabeça erguida, baianos,boiadeiros irão me ensinar que toda vida temos que passar por boiadas e quebrar cocos com nosso firmamento astral , e oxalá meu pai ira me iluminar todos os dias, pois, eu creio neles e minha fé esta neles.'' Salveee


 
Bárbara Souza

26/10/2012

Mensagem do Exú Tiriri

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Vocês têm ligação com o Diabo?
Rindo, seu Tiriri diz:
O mal está dentro de cada um que vive na sua terra. Cabe a vocês distingui-los, trabalhando para combatê-lo. Não adianta você está dentro de uma igreja, centro ou qualquer templo, invocar o nome de Deus, e logo ao sair deste, agir com maldade para com seu semelhante. Muitos na terra seriam Exú, por viverem com

o coração cheio de maldades.
Veem nos pedir para fazer o mal, e eu te pergunto? Quem é o Diabo.
Acho que se deve contar e a fé. A essência que purifica e perfuma o coração dando a vida.
Alguns vivem a nos massacrar, por gostarmos de beber e fumar, quando deveriam verificar o trabalho realizado. Tantos em outros credos não bebem, não fumam, mas enganam e enrolam os humildes e carentes na fé.
Eu tenho certeza que meu trabalho é muito bem feito e copiado por tantos, vocês dificilmente irão ver um espírita criticar e atacar qualquer religião, porque aprendem a respeitar a liberdade de credo.
Antes de se atacar a religião por alguma coisa errada, deve-se procurar ver o caráter de quem a dirige. De falsos pastores a sua terra está cheia, tornando-se o grande inferno.
Somos massacrados por imagens e nomes que são puras palavras.
Pensem:
Quantos na terra receberam de seus pais nomes de santo e agem unicamente a serviço do mal.
A maldade existe não vinda conosco e sim com pessoas impuras e superficiais. Se um médium tem bom coração este jamais irá carregar um espírito sem luz a serviço do mal.
Alguns Dirigentes de credos diferentes, mas obviamente ligados a Deus, criticam se achando os donos da verdade por lerem a palavra de Deus, criticam imagens criadas pela mão do homem se esquecendo que a Bíblia também é feita pela mão do homem e hoje já se encontra dividida por credos, acho que Deus deixou uma única escritura. Será que eles mesmos agem por intermédio dela. Procure observá-los no dia a dia e não somente em dias de reuniões. Será que a palavra de Deus ensina seus filhos a impor ou ridicularizar, mesmo quando foi traído por Judas este sentiu piedade e amor. O perdoando.
Quem sabe estes são impulsionados com fanatismo e por esses espíritos sem luz que dizem vir dos Espíritas Umbandistas, ou do Candomblé.
Os que criticam geralmente passaram pelo espiritismo desejando algo que jamais mereceram.
Hoje enganando vão acumulando seus seguidores vão emprestando bens para impressionar e chamar mais e mais fiéis.
Eu recebo em minha casa várias pessoas também revoltadas e enganadas em seus credos, mais de que adianta brigar quando um dia de tudo tem que se prestar conta.
Espíritas não atacam, são atacados.
Alguns em seus credos atacam julgando-se melhores.
Jesus não atacou e foi castigado.
Quem é quem?
Os espíritas verdadeiros são serenos e evangelizados, não precisam defender-se, já que Deus é nosso juiz, auxiliado pelo nosso supremo advogado – O divino Mestre Jesus Cristo, no tribunal celestial.
Lembrem-se constantemente.
A vida tem seu começo, meio e fim para todos…

Enviado por Raphael Castro

05/10/2012

O Poder das Sete Ervas

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Todos sabem que as plantas e flores embelezam os ambientes, mas, o que esta gente desconhece é que elas também transmitem energias ao ambiente, influenciando à tudo e à todos. Cada planta ou erva vibra de um modo diferente e particular, mas quando combinadas, podem aumentar seus efeitos. Exemplo disso são as famosas "sete ervas". Conheça seus efeitos:

Arruda: é umas das ervas mais poderosas para combater inveja e olho-gordo. A arruda já era conhecida e usada na antiga Grécia e Roma. Foi popularizada no Brasil pelas escravas na época na colonização. Quando colocada num ambiente, além de proteger, emite vibrações de prosperidade e entusiasmo. Podemos ter sempre um galho de arruda junto ao corpo para reter as energias negativas.


Guiné: em um ambiente tem o poder de criar um "campo de força" de proteção, bloqueando as energias negativas e emitindo vibrações otimistas. Atrai sorte e felicidade. Cria uma energia de bem-estar nos ambientes.

Alecrim: é uma erva que tonifica as pessoas e os ambientes. É considerado também um poderoso estimulante natural, favorecendo as atividades mentais, estudos e trabalho. Favorece e fortifica o ânimo e vitalidade das pessoas. Agindo em conjunto com arruda, "segura" as energias de inveja, mau-olhado e fofocas.

Comigo-ninguém-pode: o nome da erva já diz tudo. Afasta e quebra todas as energias negativas dos ambientes. Em uso conjunto com espada de São Jorge quebra feitiços, magia e mau-olhado. Além deste superpoderes é uma planta muito bonita para qualquer ambiente.

Espada de São Jorge: por causa de suas folhas pontudas é facilmente associada ao poder de cortar as energias negativas, a inveja, olho-gordo, magia, etc. Alguns dizem que espanta os maus espíritos. Ao cortar as energias negativas, a erva atrai coragem e prosperidade.

Manjericão: Além do delicioso sabor que passa como tempero da cozinha italiana, o manjericão, quando exposto num ambiente, tem a propriedade de acalmar e trazer paz de espírito a todos. Ao acalmar as tensões, afastamos os pensamentos negativos e nuvens negras.

Pimenteira: esta planta combate as energias pesadas e ariscas. É uma planta de vibração estimulante, afrodisíaca, tonificante e atrai boas energias para o amor.

04/10/2012

OFERENDAS NA UMBANDA

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As oferendas na Umbanda fazem parte dos preceitos ritualísticos e estão vinculadas ao conceito de restituição, equilíbrio e movimentação das forças
necessárias à vitalidade humana e sua comunhão com a natureza.
As oferendas podem ser de "obrigações", quando por exemplo, um filho de santo
faz seu amaci e deve fazer a entrega do amalá de seu Orixá. Podem ser de devocionais, quando um filho por iniciativa própria oferece um agrado ao seu
Orixá e podem ainda serem feitas em caráter de necessidade, quando um filho ou devoto da 
encontra-se numa situação onde está privado de suas forças (doença, depressão,
perdas materiais, influências espirituais obsessivas entre outras). Nesses casos, as
oferendas costumam estar associadas a trabalhos magísticos que incluem materiais específicos e devem ser realizadas dentro do terreiro, pela entidade
que está conduzindo o caso.
Os elementos componentes dessas oferendas, de um modo generalizado são:
flores, ervas, velas, frutas, vegetais, grãos, legumes, água, bebidas diversas, 
doces, incensos, especiarias, objetos específicos de cada entidade, fumos, etc.
A maioria dos Umbandistas não possui altares domésticos, como nas diversas
religiões orientais, logo suas oferendas são entregues em sítios da natureza
próprios do orixá,para o qual se está ofertando:
rios e cachoeiras para Oxum, no mar para Iemanjá, nas matas para Oxóssi, nos
canaviais ou campos abertos para Iansã, nas pedreiras (montanhas ou pedras de
cachoeira) para Xangô, Nos caminhos (estradas de chão) para Ogum, em qualquer um dos locais acima, para Oxalá. Os dirigentes umbandistas vêm ensinando a seus filhos e devotos, que tomem o máximo de cuidado com o meio
ambiente, depositando suas oferendas em folhas vegetais, recolhendo materias
como latas, vidros, sacos plásticos; verificndo que suas velas estejam bem firmes
em seus suportes, para não causarem incêndios. etc.
É cada vez maior o número de terreiros, que criam espaços próprios para a entrega dessas oferendas, organizando uma espécie de jardim com um congá 
externo, um exemplo disso, é "Jardim dos Orixás" do Terreiro Pai Maneco em
Curitiba - Paraná.
As oferendas podem ser simples ou complexas, em elementos, montagem e entrega.

Saudações,
CLAUDIA BAIBICH

Lendas de Xangô

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Xangô cumpre a promessa feita a Oxum
Quando Xangô pediu Oxum em casamento, ela disse que aceitaria com a condição de que ele levasse o pai dela, Oxalá, nas costas para que ele, já muito velho, pudesse assistir ao casamento. Xangô, muito esperto, prometeu que depois do casamento carregaria o pai dela no pescoço pelo resto da vida; e os dois se casaram. Então, Xangô arranjou uma porção de contas vermelhas e outra de contas brancas, e fez um colar com as duas misturadas. Colocando-o no pescoço, foi dizer a Oxum: "- Veja, eu já cumpri minha promessa. As contas vermelhas são minhas e as brancas, de seu pai; agora eu o carrego no pescoço para sempre."
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Xangô torna-se Orixá
Xangô vivia em seu reino com suas 3 mulheres  Iansã, Oxum e Obá , muitos servos, exércitos, gado e riquezas,sempre preocupado em fazer guerra, procurava uma formula para derrotar seus inimigos. Certo dia, ele subiu em uma colina, afim de testar  um novo feitiço que inventara. Quando recitou a fórmula, ouviu-se uma série de estrondos muito fortes e muitos raios riscaram o céu. Quando tudo se acalmou, Xangô olhou em direção à cidade e viu que seu palácio fora atingido. Ele correu para lá e viu que não havia sobrado nada, e muitos de seus súditos aviam morrido. Desesperado, Xangô se refugiou em um lugar distante Iansã correu junto com ele, passado o tempo Xangô não conseguindo agüentar tanta tristeza, bateu com força brutal os pés no chão e afundou pela terra, indo para o Orum, Iansã fez o mesmo na cidade de Irá seguida por Oxum e Obá. Desde então Xangô vive no trovão enquanto Iansã, Oxum e Obá correi com os rios, surgiram assim novos Orixás.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Xangô é condenado por Oxalá comer como os escravos
Airá, aquele que se veste de branco, foi um dia às terras do velho Oxalá para levá-lo à festa que faziam em sua cidade. Oxalá era velho e lento, Por isso Airá o levava nas costas. Quando se aproximavam do destino, vira a grande pedreira de Xangô, bem perto de seu grande palácio. Xangô levou Oxalufã ao cume, para dali mostrar ao velho amigo todo o seu império e poderio. E foi lá de cima que Xangô avistou uma belíssima mulher mexendo sua panela. Era Oiá! Era o amalá do rei que ela preparava!
Xangô não resistiu à tamanha tentação. Oiá e amalá! Era demais para a sua gulodice, depois de tanto tempo pela estrada. Xangô perdeu a cabeça e disparou caminho abaixo, largando Oxalufã em meio às pedras, rolando na poeira, caindo pelas valas. Oxalufã se enfureceu com tamanho desrespeito e mandou muitos castigos, que atingiram diretamente o povo de Xangô.
Xangô, muito arrependido, mandou todo o povo trazer água fresca e panos limpos. Ordenou que banhassem e vestissem Oxalá. Oxalufã aceitou todas as desculpas e apreciou o banquete de caracóis e inhames, que por dias o povo lhe ofereceu. Mas Oxalá impôs um castigo eterno a Xangô. Ele que tanto gosta de fartar-se de boa comida.
Nunca mais pode Xangô comer em prato de louça ou porcelana. Nunca mais pode Xangô comer em alguidar de cerâmica. Xangô só pode comer em gamela de pau, como comem os bichos da casa e o gado e como comem os escravos.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


Lendas de Iansã

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Oyá é dividida em nove partes
Antes de tornar-se esposa de Xangô, Oyá vivia com Ogun. Ela vivia com o ferreiro e ajudava-o em seu ofício, principalmente manejando o fole para activar o fogo na forja. Certa vez Ogun presenteou Oyá com uma varinha de ferro, que deveria ser usada num momento de guerra. A varinha tinha o poder de dividir em sete partes os homens e em nove partes as mulheres. Ogun dividiu esse poder com a mulher.
Na mesma aldeia morava Xangô, ele sempre ia à oficina de Ogun apreciar seu trabalho e em várias oportunidades arriscava olhar para sua bela mulher. Xangô impressionava Oyá por sua majestade e elegância. Um dia os dois fugiram para longe de Ogun, que saiu enciumado e furioso em busca dos fugitivos. Quando Ogun os encontrou, houve uma luta de gigantes. Depois de lutar com Xangô, Ogun aproximou-se de Oyá e a tocou com sua varinha, e nesse mesmo tempo Oyá tocou Ogun também, foi quando o encanto aconteceu: Ogun dividiu-se em sete partes, recebendo o nome de Ogun Mejê, e Oyá foi dividida em nove partes, sendo conhecida como Iansã, "Iyámesan", a mãe transformou-se em nove.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Iansã é traída pelo Carneiro
Um dia Oxum e outro alguém queriam fazer mal a Iansã, Colocaram o feitiço num bracelete de Oxum e o puseram dentro de uma caixa para que fosse entregue a Iansã.
Agbô, então, foi chamado para levá-lo a Iansã, Agbô era o dono dos carneiros, dono dos agbôs. Tudo o que ocorria no palácio era espalhado por meio da língua de Agbô, o Carneiro, mas Iansã, com sua arguta intuição, pressentiu o que lhe vinha por meio de Agbô.
Ela, então, foi ao encontro do Carneiro e na forma de um vento abriu a caixa e trocou o bracelete por um pequeno pássaro. Agbô foi um instrumento contra Iansã, mas Iansã sentiu-se traída por ele.
Desde então Iansã odeia carneiros e não aceita nem se quer comê-los.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Oyá ganha de Obaluaiyê o reino dos mortos
Certa vez houve uma festa com todas as divindades presentes. Omulu-Obaluaiyê chegou vestindo seu capucho de palha. Ninguém o podia reconhecer sob o disfarce e nenhuma mulher quis dançar com ele. Só Oyá, corajosa, atirou-se na dança com o Senhor da Terra.
Tanto girava Oyá na sua dança que provocava vento. E o vento de Oiá levantou as palhas e descobriu o corpo de Obaluaiyê. Para surpresa geral, era um belo homem.
O povo o aclamou por sua beleza. Obaluaê ficou mais do que contente com a festa, ficou grato. E, em recompensa, dividiu com ela o seu reino. Fez de Oiá a rainha dos espíritos dos mortos.
Rainha que é Oiá Igbalé, a condutora dos eguns. Oiá então dançou e dançou de alegria. Para mostrar a todos seu poder sobre os mortos, quando ela dançava agora, agitava no ar o iruquerê, o espanta-mosca com que afasta os eguns para o outro mundo.
Rainha Oiá Igbalé, a condutora dos espíritos. Rainha que foi sempre a grande paixão de Omulu.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


Lenda de Obá

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Obá é possuída por Ogum

Obá escolheu a guerra como prazer nesta vida, enfrentava qualquer situação e assim procedeu com quase todos os orixás. Um dia, Obá desfiou para a luta Ogum, o valente guerreiro, o ardiloso Ogum, sabendo dos feitos de Obá, consultou os babalaôs, eles aconselharam Ogum a fazer oferendas de espigas de milho e quiabos, tudo pilado, formando uma massa viscosa e escorregadia.
Ogum preparou tudo como foi recomendado e depositou o ebó num canto do lugar onde lutariam. Chegada a hora, Obá, em tom desafiador, começou a dominar a luta, Ogum levou-a ao local onde estava a oferenda, Obá pisou no ebó, escorregou e caiu, Ogum aproveitou-se da queda de Obá, num lance rápido tirou-lhe os panos e a possuiu ali mesmo, tornando-se, assim, seu primeiro homem.
Mais tarde Xangô roubou Obá de Ogum.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Obá provoca a morte do cavalo de Xangô

Xangô era um conquistador de terras e de mulheres, vivia sempre de um lugar para o outro. Em Cossô fez-se rei e casou-se com Obá. Obá era sua primeira e mais importante esposa, Obá passava o dia cuidando da casa de Xangô, moía a pimenta, cozinhava e deixava tudo limpo.
Xangô era um conquistador de terras e de mulheres. Uma vez Xangô viu Oyá lavando roupa na beira do rio e dela se enamorou perdidamente. Com Oiá se casou, mas Xangô era um conquistador de terra e de mulheres e logo se casou de novo.
Oxum foi a terceira mulher. As três viviam às turras pelo amor do rei, para deixar Xangô feliz, Obá presenteou-lhe um cavalo branco, Xangô gostou muito do cavalo, Tempos depois Xangô saiu para guerrear levando Oiá consigo, seis meses se passaram e Xangô continuava longe, Obá estava desesperada e foi consultar Orunmilá, Orunmilá aconselhou Obá a oferecer em sacrifício um iruquerê, espanta-mosca feito com rabo de um cavalo, mandou pôr o iruquerê no teto da casa.
Para fazer a oferta prescrita pelo oráculo, Obá encomendou a Eleguá um rabo de cavalo, e Eleguá induzido por Oxum, mais que depressa cortou o rabo do cavalo branco de Xangô, mas não cortou somente os pêlos e sim a cauda toda e o cavalo sangrou até morrer.
Quando Xangô voltou da guerra, procurou o cavalo e não encontrou, deparou então com o iruquerê amarrado no teto da casa e reconheceu o rabo do cavalo desaparecido, soube pelas outras mulheres da oferenda feita pela primeira esposa.
Xangô ficou irado e mais uma vez repudiou Obá.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

A rivalidade de Obá e Oxum

Obá tornou-se a terceira mulher de Xangô, pois ela era forte e corajosa. A primeira mulher de Xangô foi Oiá-Iansã, que era bela e fascinante.A segunda foi Oxum, que era coquete e vaidosa.
Uma rivalidade logo se estabeleceu entre Obá e Oxum. Ambas disputavam a preferência do amor de Xangô. Obá sempre procurava aprender o segredo das receitas utilizadas por Oxum quando esta preparava as refeições de Xangô.
Oxum irritada, decidiu preparar-lhe uma armadilha. Convidou Obá a vir, um dia de manhã, assistir à preparação de um prato que, segundo ela, agradava infinitamente a Xangô.
Obá chegou na hora combinada e encontrou Oxum com um lenço amarrado à cabeça, escondendo as orelhas.Ela preparava uma sopa para Xangô onde dois cogumelos flutuavam na superfície do caldo. Oxum convenceu Obá que se tratava de suas orelhas,
que ela cozinhava, desta forma, para preparar o prato favorito de Xangô.
Este logo chegou, vaidoso e altivo. Engoliu, ruidosamente e com deleite, a sopa de cogumelos egalante e apressado, retirou-se com Oxum para o quarto.
Na semana seguinte, foi a vez de Obá cuidar de Xangô. Ela decidiu pôr em prática a receita maravilhosa. Xangô não sentiu nenhum prazer ao ver que Obá se cortara uma das orelhas. Ele achou repugnante o prato que ela preparara.
Neste momento, Oxum chegou e retirou o lenço, mostrando à sua rival que suas orelhas não haviam sido cortadas, nem comidas.
Furiosa, Obá precipitou-se sobre Oxum com impetuosidade.Uma verdadeira luta se seguiu.Enraivecido, Xangô trovejou sua fúria. Oxum e Obá, apavoradas, fugiram e transformaram-se em rios.
Até hoje, as águas destes rios são tumultuadas e agitadas no lugar de sua confluência,
em lembrança da briga que opôs Oxum e Obá pelo amor de Xangô.
 Lenda tirada do livro
(Lendas Africanas dos Orixás) do autor
Pierre Fatumbi Verger / Caribé - Editora Corrupio

Lendas de Yemanjá

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Yemanjá joga búzios na ausência de Orunmilá
Iemanjá e Orunmilá eram casados. Orunmilá era um grande adivinho, com seus dotes sabia interpretar os segredos dos búzios. Certa vez Orunmilá viajou e demorou para voltar e Iemanjá viu-se sem dinheiro em casa, Então, usando o oráculo do marido ausente, passou a atender uma grande clientela e fez muito dinheiro.
No caminho de volta para casa, Orunmilá ficou sabendo que havia em sua aldeia uma mulher de grande sabedoria e poder de cura, que com a perfeição de um babalaô jogava búzios. ficou desconfiado, quando voltou, não se apresentou a Iemanjá, preferindo vigiar, escondido, o movimento em sua casa.
Não demorou a constatar que era mesmo a sua mulher a autora daqueles feitos, Orunmilá repreendeu duramente Iemanjá, ela disse que fez aquilo para não morrer de fome, mas o marido contrariado a levou perante Olofim-Olodumare.
Olofim reiterou que Orunmilá era e continuaria sendo o único dono do jogo oracular que permite a leitura do destino, Ele era o legítimo conhecedor pleno das histórias que forma a ciência dos dezesseis odus. Só o sábio Orunmilá pode ler a complexidade e as minúcias do destino, mas reconheceu que Iemanjá tinha um pendor para aquela arte, pois em pouco tempo angariara grande freguesia.
Deu a ela então autoridade para interpretar as situações mais simples, que não envolvessem o saber completo dos dezesseis odus, assim as mulheres ganharam uma atribuição antes totalmente masculina.
Lenda tira do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


Iemanjá ganha o poder de cuidar de todas as cabeças
Olodumaré fez o mundo e repartiu entre os orisás vários poderes, dando a cada um reino para cuidar.
A Exú deu o poder da comunicação e a posse das encruzilhadas. A Ogum o poder de forjar os utensílios para agricultura e o domínio de todos os caminhos. A Oxóssi o poder sobre a caça e a fartura. A Obaluaiyê o poder de controlar as doenças de pele. Oxumaré seria o arco-íris, embelezaria a terra e comandaria a chuva, trazendo sorte aos agricultores. Xangô recebeu o poder da justiça e sobre os trovões. Oyá reinaria sobre os mortos e teria poder sobre os raios. Ewá controlaria a subida dos mortos para o orum, bem como reinaria sobre os cemitérios. Oxum seria a divindade da beleza, da fertilidade das mulheres e de todas as riquezas materiais da terra, bem como teria o poder de reinar sobre os sentimentos de amor e ódio. Nanã recebeu a dádiva, por sua idade avançada, de ser a pura sabedoria dos mais velhos, além de ser o final de todos os mortais; nas profundezas de sua terra, os corpos dos mortos seriam recebidos. Alem disso do seu reino sairia a lama da qual Oxalá modelaria os mortais, pois Odudua já havia criado o mundo. Todo o processo de criação terminou com o poder de Osoguian que inventou a cultura material.
Para Yemanjá, Olodumare destinou os cuidados da casa de Osalá, assim como a criação dos filhos e de todos os afazeres domésticos.
Yemanjá trabalhava e reclamava de sua condição de menos favorecida, afinal, todos os outros deuses recebiam oferendas e homenagens e ela, vivia como escrava.
Durante muito tempo Yemanjá reclamou dessa condição e tanto falou, nos ouvidos de Osalá, que este enlouqueceu. O ori (cabeça) de Oxalá não suportou os reclamos de Yemanjá.
Oxalá ficou enfermo, Yemanjá deu-se conta do mal que fizera ao marido e, em poucos dias curou Oxalá.
Oxalá agradecido foi a Olodumare pedir para que deixasse a Iemanjá o poder de cuidar de todas as cabeças. Desde então Iemanjá recebe oferendas e é homenageada quando se faz o bori (ritual propiciatório à cabeça) e demais ritos à cabeça.
Lenda tira do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Iemanjá chorou e formou um rio que corre para o mar
Iemanjá teve muitos problemas com os filhos. Ossain, o mago, saiu de casa muito jovem e foi viver na mata virgem estudando as plantas. Contra os conselhos da mãe, Oxóssi bebeu uma poção dada por Ossain e, enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da poção, ele voltou para casa mas Iemanjá, irritada, expulsou-o. Então Ogum a censurou por tratar mal o irmão. Desesperada por estar em conflito com os três filhos, Iemanjá chorou tanto que se derreteu e formou um rio que correu para o mar.
Lenda tira do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Oxaguiã

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Oxaguiã manda libertar o amigo preso injustamente

O filho de Oxalá tornou-se um guerreiro forte e decidiu um dia conquistar um reino para si. Partiu em companhia de seu amigo Auoledjê, conquistou Ejigbô, tornando-se seu rei, o Elejigbô. O rei tinha uma grande paixão, comer inhame pilado, e comia com gula, tanto que o chamavam Oxaguiã, que quer dizer "Oxalá Comedor de Inhame Pilado".
Um dia Auoledjê, que era grande babalaô, precisou partir de Ejigbô, antes disso, aconselhou Oxaguiã que fizesse oferendas, que tornariam o reino próspero.
Assim, como previa Auoledjê, Ejigbô tornou-se uma grande cidade, rica e bem guardada pelos bravos soldados de Oxaguiã. O rei Elejigbô vivia em fausto entre seus súditos, por quem era chamado de "Kabiyesi", que é o mesmo que Sua Majestade.
Na intimidade os amigos o chamavam de "Comedor de Inhame Pilado", mas em público isso era uma heresia. anos mais tarde, Auoledjê retornou a Ejigbô. ao adentrar a cidade, procurou logo por oxaguiã, "Onde está o Comedor de Inhame Pilado?", perguntou, os soldados, que não o conheciam, ficaram furiosos com tamanha insolência. Isso era jeito de se referir ao rei?
Prenderam e maltrataram o desconhecido amigo de Kabiyesi, Auoledjê ressentiu-se da humilhação, com seus poderes mágicos, vingou-se. Durante sete anos todas as catástrofes conhecidas, e não faltando a seca, assolaram o reino de Oxaguiã.
Oxaguiã, desesperado, procurou os adivinhos, e pelo oráculo eles viram a prisão de Auoledjê, um amigo de rei estava preso injustamente. Oxaguiã correu para prisão para libertar o velho amigo. Oxaguiã libertou-o, mas ainda ressentido, escondeu-se na mata.
Elejigbô buscou o velho amigo, suplicando seu perdão, Auoledjê cedeu com uma condição: que nuca aquele povo se esquecesse dessa injustiça, Todos os anos o povo deveria flagelar-se, em memória do funesto acontecido.
Assim, todos os anos, o rei deveria mandar pessoas à floresta cortar varetas. os súditos, divididos em dois grupos, tomariam as varas, simulariam golpes uns nos outros, sem parar, até que as varetas se quebrassem, para que nunca se esquecessem daquela injustiça praticada contra o amigo de Oxaguiã.
Assim foi feito e o reino de Oxaguiã voltou à tranqüilidade e Oxaguiã foi o maior dos reis de Ejigbô. Quando ele foi para o Orum, transformado em orixá, seu culto não se esqueceu do velho amigo babalaô, coma as varetas de Oxaguiã, com atoris, seus adeptos renovam sempre a memória da injustiça, para que ela não volte a acontecer.
Lenda tirada
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001
Oxaguiã inventa o pilão
Oxalá, rei de Ejigbô, vivia em guerra, ele tinha muitos nomes, uns o chamavam de Elemoxó, outros de Ajagunã, ou ainda Aquinjolê, filho de Oguiriniã. Gostava de guerrear e de comer, gostava muito de uma mesa farta, comia caracóis, canjica, pombos brancos, mas gostava mais de inhame amassado, jamais se sentava para comer se faltasse inhame.
Seus jantares se estavam sempre atrasados, pois era muito demorado preparar o inhame, Elejigbô, o rei de Ejibô, estava assim sempre faminto, sempre castigando as cozinheiras, sempre chegando tarde para fazer a guerra.
Oxalá então consultou os babalaôs, fez oferendas a Exu e trouxe para humanidade uma nova invenção. O rei de Ejigbô inventou o pilão e com o pilão ficou mais fácil preparar o inhame e Elejigbô pôde se fartar e fazer todas as suas guerras.
Tão famoso ficou o rei por seu apetite pelo inhame que todos agora o chamam de "Orixá Comedor de Inhame Pilado", o mesmo que Oxaguiã na língua do lugar.
Lenda tirada
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Oxalufã

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Oxalá cria a galinha d'angola e espanta a Morte
Há muito tempo, a Morte instalou-se numa cidade e dali não quis mais ir embora. A mortandade que ela provocava era sem tamanho e todas as pessoas do lugar estavam apavoradas, a cada instante tombava mais um morto.
Para a Morte não fazia diferença alguma se o defunto fosse homem ou mulher, se o falecido fosse velho, adulto ou criança. A população, desesperada e impotente, recorreu a Oxalá, rogando-lhe que ajudasse o povo daquela infeliz cidade.
Oxalá, então, mandou que fizessem oferendas, que ofertassem uma galinha preta e o pó de giz efum, fizeram tudo como ordenava Oxalá. Com o efum pintaram as pontas das penas da galinha preta e em seguida a soltaram no mercado.
Quando a Morte viu aquele estranho bicho, assustou-se e imediatamente foi-se embora, deixando em paz o povo daquela cidade. Foi assim que Oxalá fez surgir a galinha d'angola. Desde então, as iaôs, sacerdotisas dos orixás, são pintadas como ela para que todos se lembrem da sabedoria de Oxalá e da sua compaixão
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Orixalá ganha o mel de Odé
Orixalá vivia com Odé debaixo do pé de algodão, Odé ia para a caça e levava sempre Oxalá, eles eram grandes companheiros, mas Odé reclamava sempre de Orixalá, que era muito lento e andava devagar, estava muito velho o orixá do pano branco, e Orixalá reclamava de Odé Oxossi, que era muito rápido e sempre andava bem depressa, era muito jovem o caçador, então os dois resolveram se separar, mas Odé estava muito triste, porque fora criado por Orixalá, e Orixalá estava muito triste, porque fora ele quem criara Odé.
Odé disse então a Orixalá que todo o mel que ele colhesse seria sempre dado a Orixalá e que ele mesmo nunca mais provaria uma gota, reservando tudo o que coletasse ao velho orixá, e que Orixalá sempre dele se lembrasse, quando comesse seu arroz com mel do caçador.
Nunca mais Odé comeu do mel, nunca mais Orixalá de Odé se esqueceu.

Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001



Lendas de Logun Edé

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Logum Edé - O Orixá da Magia e da Boa Sorte
Estava Oxossi o rei da caça a caminhar por um lindo bosque em companhia de sua amada esposa Oxum, dona da beleza da riqueza e portadora dos segredos da maternidade.
Quando de seu passeio, foi avistado por Oxum um lindo menino que estava a beira do caminho a chorar, encontrando-se perdido.  Oxum de pronto agrado, acolheu e amparou o garoto, onde surgiu nesse exato momento uma grande identificação, entre ele, Oxum e Oxossi. Durante muitos anos Oxum e Oxossi, cuidaram e protegeram-lhe, sendo que, Oxum procurou durante todo esse tempo a mãe do menino, porém sem sucesso, resolveu tê-lo como próprio filho. O tempo foi passando e Oxossi, vestiu o menino com roupas de caça e ornamentou-o com pele de animais, proveniente de suas caçadas. Ensinou a arte da caça, de como manejar e empunhar o arco e a flecha, ensinou os princípios da fraternidade para com as pessoas e o dom do plantio e da colheita, ensinou a ser audaz e a ter paciência, a arte e a leveza, a astúcia e a destreza, provenientes de um verdadeiro caçador. Oxum por sua fez, ensinou ao garoto o dom da beleza, o dom da elegância e da vaidade, ensinou a arte da feitiçaria, o poder da sedução, a viver e sobreviver sobre o mundo das águas doces, ensinou seus segredos e mistérios. Foi batizado por sua mãe e por seu pai de Logum Edé, o príncipe das matas e o caçador sobre as águas. Viveu durante anos sobre a proteção de pai e mãe, tornando-se um só, aprendendo a ser homem, justo e bondoso, herdando a riqueza de Oxum e a fartura de Oxossi, adquirindo princípios de um e de outro, tornando-se herdeiro até nos dias de hoje de tudo que seu pai Oxossi carrega e sua mãe Oxum leva. Esse é Logum Edé.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Logum Edé ganha domínio dado por Olorum
No início dos tempos, cada orixá dominava um elemento da natureza, não permitindo que nada, nem ninguém, o invadisse. Guardavam sua sabedoria como a um tesouro. É nesse contexto que vivia a mãe das água doces, Oxum, e o grande caçador Oxossi. Esses dois orixás constantemente discutiam sobre os limites de seus respectivos reinados, que eram muito próximos. Oxossi ficava extremamente irritado quando o volume das águas aumentavam e transbordavam de seus recipientes naturais, fazendo alagar toda a floresta.
Oxum argumentava, junto a ele, que sua água era necessária à irrigação e fertilização da terra, missão que recebera de Olorum. Oxossi não lhe dava ouvidos, dizendo que sua caça iria desaparecer com a inundação. Olorum resolveu intervir nessa guerra, separando bruscamente esses reinados, para tentar apaziguá-los. A floresta de Oxossi logo começou a sentir os efeitos da ausência das águas. A vegetação, que era exuberante, começou a secar, pois a terra não era mais fértil. Os animais não conseguiam encontrar comida e faltava água para beber. A mata estava morrendo e as caças tornavam-se cada vez mais raras. Oxossi não se desesperou, achando que poderia encontrar alimento em outro lugar. Oxum, por sua vez, sentia-se muito só, sem a companhia das plantas e dos animais da floresta, mas também não se abalava, pois ainda podia contar com a companhia de seus filhos peixes para confortá-la.
Oxossi andou pelas matas e florestas da Terra, mas não conseguia encontrar caça em lugar algum. Em todos os lugares encontrava o mesmo cenário desolador. A floresta estava morrendo e ele não podia fazer nada. Desesperado, foi até Olorum pedir ajuda para salvar seu reinado, que estava definhando. O maior sábio de todos explicou-lhe que a falta d'água estava matando a floresta, mas não poderia ajudá-lo, pois o que fez foi necessário para acabar com a guerra. A única salvação era a reconciliação. Oxossi, então, colocou seu orgulho de lado e foi procurar Oxum, propondo a ela uma trégua. Como era de costume, ela não aceitou a proposta na primeira tentativa. Oxum queria que Oxossi se desculpasse, reconhecendo suas qualidades. Ele, então, compreendeu que seus reinos não poderiam sobreviver separados, unindo-se novamente, com a benção de Olorum.
Dessa união nasceu um novo orixá, um orixá príncipe, Logum Edé, que iria consolidar esse "casamento", bem como abrandar os ímpetos de seus pais. Logum Edé sempre ficou entre os dois, fixando-se nas margens das águas, onde havia uma vegetação abundante. Sua intervenção era importante para evitar as cheias, bem como a estiagem prolongada. Ele procurava manter o equilíbrio da natureza, agindo sempre da melhor maneira para estabelecer a paz e a fertilidade. Conta uma outra lenda que as terras e as águas estavam no mesmo nível, não havendo limites definidos. Logum Edé, que transitava livremente por esses dois domínios, sempre tropeçava quando passava de um reinado para o outro. Esses acidentes deixavam Logum Edé muito irritado. Um dia, após ter ficado seis meses vivendo na água, tentou fazer a transição para o reinado de seu pai, mas não conseguiu, pois a terra estava muito escorregadia. Voltou, então, para o fundo do rio, onde começou a cavar freneticamente, com a intenção de suavizar a passagem da água para a terra. Com essa escavação, machucou suas mãos, pés e cabeça, mas conseguiu fazer uma passagem, que tornou mais fácil sua transição. Logum Edé criou, assim, as margens dos rios e córregos, onde passou a dominar. Por esse motivo, suas oferendas são bem aceitas nesse local.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Logum Edé Rouba Segredos De Oxalá
Logum Edé era um caçador solitário e infeliz, mas orgulhoso. Era um caçador pretensioso e ganancioso, e muitos os bajulavam pela sua formosura. Um dia Oxalá conheceu Logum Edé e o levou para viver em sua casa sob sua proteção. Deu a ele companhia, sabedoria e compreensão. Mas Logum Edé queria mais, queria muito mais...
E roubou alguns segredos de Oxalá. Segredos que Oxalá deixara à mostra, confiando na honestidade de Logum Edé. O caçador guardou seu furto num embornal a tiracolo, seu adô. Deu as costas a Oxalá e fugiu. Não tardou para Oxalá dar-se conta da traição do caçador que levara seus segredos. Oxalá fez todos os sacrifícios que cabia oferecer e muito calmamente sentenciou que toda a vez que Logum Edé usasse um dos seus segredos todos haveriam de dizer sobre o prodígio:
"Que maravilha o milagre de Oxalá!". Toda a vez que usasse seus segredos alguma arte não roubada ia faltar.
Oxalá imaginou o caçador sendo castigado e compreendeu que era pequena a pena imposta. O caçador era presumido e ganancioso, acostumado a angariar bajulação. Oxalá determinou que Logum Edé fosse homem num período e no outro depois fosse mulher. Nunca haveria assim de ser completo. Parte do tempo habitaria a floresta vivendo de caça, e noutro tempo, no rio, comendo peixe. Começar sempre de novo era sua sina. Mas a sentença era ainda nada para o tamanho do orgulho de Logum Edé. Para que o castigo durasse a eternidade, Oxalá fez de Logum Edé um orixá.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Oxum

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Oxum é concebida por Iemanjá e Orunmilá
Um dia Orunmilá saiu de seu palácio para dar um passeio acompanhado de todo seu séquito. Em certo ponto deparou com outro cortejo, do qual a figura principal era uma mulher muito bonita. Orunmilá ficou impressionado cm tanta beleza e mandou Exu, seu mensageiro, averiguar quer era ela. Exu apresentou-se ante a mulher com todas as reverências e falou que seu senhor, Orunmilá, gostaria de saber seu nome. Ela disse que era Iemanjá, rainha das águas e esposa de Oxalá.
Exu voltou à presença de Orunmilá e relatou tudo o que soubera da identidade da mulher. Orunmilá, então, mandou convidá-la ao seu palácio, dizendo que desejava conhecê-la. Iemanjá não atendeu o seu convite de imediato, mas um dia foi visitar Orunmilá.
Ninguém sabe ao certo o que se passou no palácio, mas o fato é que Iemanjá ficou grávida depois da visita a Orunmilá. Iemanjá deu a luz a uma linda menina. Como Iemanjá já tivera muitos filhos com seu marido, Orunmilá enviou Exu para comprovar se a criança era mesmo filha dele. Ele devia procurar sinais no corpo. Se a menina apresentasse alguma marca, mancha ou caroço na cabeça seria filha de Orunmilá e deveria ser levada para viver com ele.
Assim foi atestado, pelas marcas de nascença, que a criança mais nova de Iemanjá era de Orunmilá. Foi criada pelo pai, que satisfazia todos os seus caprichos.
Por isso cresceu cheia de vontades e vaidades, o nome dessa filha é Oxum.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Oxum exige a filha do rei em sacrifício
Certa vez, o rei de Oloú, precisava atravessar o rio onde vivia Oxum, o rio naquele dia se encontrava enfurecido e os exércitos do rei não podiam passar pelas traiçoeiras correntezas.
Oloú fez um pacto com Oxum para que baixasse o nível das águas, em troca lhe oferecia um bela prenda, Oxum entendeu que Oloú estava prometendo Prenda Bela.
Prenda Bela era o nome da mulher de Oloú, filha dileta do rei de Ibadã. Oxum baixou o nível das águas e Oloú passou com seu exército. Oloú jogou no rio a bela prenda: uma grande oferenda com as melhores comidas e bebidas, os mais finos tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos preciosos.
Tudo foi devolvido para as areias das margens de Oxum, Oxum só queria Prenda Bela, a princesa. Tempos depois, Oloú retornou vitorioso de sua expedição e, ao chegar ao rio, este novamente estava turbulento, o rei ofereceu de novo o mesmo que ofertara antes: uma bela prenda com as melhores comidas e bebidas os mais finos tecidos, jóias luxuosas e raros perfumes, correntes de ouro puro, banhos preciosos.
Oxum recusou o oferecido, tudo foi devolvido à praia, intocado, ela queria Prenda Bela, a esposa de Oloú, que estava grávida, contrariado, mas sem ter outra saída, Oloú lançou ao rio sua indefesa e grávida consorte, ao ser lançada às águas revoltas, Prenda Bela deu à luz uma criança, Oxum devolveu a criança; era somente Prenda Bela que ela queria.
Oloú seguiu seu caminho, retornando muito triste a seu reino, o rei Ibadã logo foi informado do fim trágico da filha, declarou guerra a Oloú, venceu-o e o expulsou para sempre do país.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Oxum Apará tem inveja de Oyá
Vivia Oxum no palácio em Ijimu, passava os dias no seu quarto olhando seus espelhos, eram conchas polidas onde apreciava sua imagem bela.
Um dia saiu Oxum do quarto e deixou a porta aberta, sua irmã Oyá entrou no aposento, extasiou-se com aquele mundo de espelhos, viu-se neles.
As conchas fizeram espantosa revelação a Oyá, ela era linda! A mais bela! A mais bonita de todas as mulheres! Oyá descobriu sua beleza nos espelhos de Oxum, Oyá se encantou, mas também se assustou: era ela mais bonita que Oxum, a Bela.
Tão feliz ficou que contou do seu achado a todo mundo, e Oxum Apará remoeu amarga inveja, já não era a mais bonita das mulheres, vingou-se.
Um dia foi à casa de Egungun e lhe roubou o espelho, o espelho que só mostra a morte, a imagem horrível de tudo o que é feio, pôs o espelho do Espectro no quarto de Oyá e esperou, Oyá entrou no quarto, deu-se conta do objecto, Oxum trancou Oyá pelo lado de fora, Oyá olhou no espelho e se desesperou.
Tentou fugir, impossível, estava presa com sua terrível imagem, correu pelo quarto em desespero, atirou-se no chão, bateu a cabeça nas paredes, não logrou escapar nem do quarto nem da visão tenebrosa da feiura. Oyá enlouqueceu, Oyá deixou este mundo.
Obatalá, que a tudo assistia, repreendeu Apará e transformou Oyá em orixá. Decidiu que a imagem de Oyá nunca seria esquecida por Oxum. Obatalá condenou Apará a se vestir para sempre com as cores usadas por Oyá, levando nas jóias e nas armas de guerreira o mesmo metal empregado pela irmã.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Ewá

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Ewá é escondida por seu irmão Oxumaré

Filha de Nanã também é Ewá. Ewá é o horizonte, o encontro do céu com a terra. É o encontro do céu com o mar. Euá era bela e iluminada, mas era solitária e tão calada. Nanã, preocupada com sua filha, pediu a Orunmilá que lhe arranjasse um amor, que arranjasse um casamento para Ewá. Mas ela desejava viver só, dedicada à sua tarefa de fazer criar a noite no horizonte, mandando sol com a magia que guarda na cabeça adô. Nanã porém, insistia em casar a filha.
Ewá pediu então ajuda a seu irmão Oxumarê. O Arco-Íris escondeu Ewá no lugar onde termina o arco de seu corpo. Escondeu Ewá por trás do horizonte e Nanã nunca mais pôde alcançá-la. Assim os dois irmãos passaram a viver juntos, lá onde o céu encontra a terra. Onde ela faz a noite com seu adô.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Ewá livra Orunmilá da perseguição da morte.
Orunmilá era um babalaô que estava com um grande problema. Orunmilá estava fugindo da morte, de Icu, que o queria pegar de todo jeito. Orunmilá fugiu de casa para se esconder. Correu pelos campos e ela sempre o perseguia obstinada. Correndo e correndo, Orunmilá chegou ao rio. Viu uma linda mulher lavando roupa. Era Ewá lavando roupa junto à margem. "Por que corres assim, senhor? De quem tentas escapar?" Orunmilá só disse: "hã, hã". Foges da morte? Adivinhou Ewá. "Sim", respondeu ele.
Ewá então o acalmou. Ela o ajudaria. Ewá escondeu Orunmilá sob a tábua de lavar roupa, que na verdade era um tabuleiro de Ifá, com fundo virado para cima.E continuou lavando e cantando alegremente. Então chegou Icu, esbaforida. Feia, nojenta, moscas envolvendo-lhe o corpo, sangue gotejando pela pele, um odor de matéria putrefata empestando o ar. A morte cumprimentou Ewá e perguntou por Orunmilá. Ewá disse que ele atravessara o rio e que àquela hora devia estar muito, muito longe, muito alem de outros quarenta rios.
Ewá tirou Orunmilá de sob a tábua e o levou para casa são e salvo. Preparou um cozido de preás e gafanhotos servido com inhames bem pilados. À noite Orunmilá dormiu com Ewá e Ewá engravidou. Ewá ficou feliz pela sua gravidez e fez muitas oferendas a Ifá. Ewá era uma mulher solteira e Orunmilá com ela se casou. Foi uma grande festa e todos cantavam e dançavam. Todos estavam felizes. Ewá cantava: "Orunmilá me deu um filho". Orunmilá cantava: "Ewá livrou-me da morte". Todos cantavam: "Ewá livra de Icu". Todos cantavam: "Ewá livra de Icu".
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Ewá se desilude com Xangô e abandona o mundo dos vivos.
Ewá filha de Obatalá, viva enclausurada em seu palácio. O amor de Obatalá por ela era possessivo. A fama de sua beleza chagava a toda parte, inclusive aos ouvidos de Xangô. Mulherengo como era, Xangô planejou seduzir Ewá. Empregou-se no palácio para cuidar dos jardins. Um dia Ewá apareceu na janela e deslumbrou-se com o jardineiro. Ewá nunca vira um homem assim tão fascinante.
Xangô deu muitos presentes a Ewá. Deu-lhe uma cabaça enfeitada com búzios, com uma obra por fora e mil mistérios por dentro, um pequeno mundo de segredos, um adô. E Ewá entregou-se a Xangô. Ele fez Ewá muito infeliz até que ela renegou sua paixão.
Decidiu se retirar do mundo dos vivos e pediu ao pai que a enviasse a um lugar distante, onde homem algum pudesse vê-la novamente. Obatalá deu então a Ewá o reino dos mortos, que os vivos temem e evitam. Desde então é ela quem domina o cemitério. Ali ela entrega a Oyá os cadáveres dos humanos, os mortos que Obaluaê conduz a orixá Oco, e que orixá Oco devora para que voltem novamente à terra, terra de Nanã de que foram um dia feitos. Ninguém incomoda Ewá no cemitério.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Lendas de Nanã

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Nanã fornece a lama para a modelagem do homem
Dizem que quando Olorum encarregou Oxalá de fazer o mundo e modelar o ser humano, o orixá tentou vários caminhos. Tentou fazer o homem de ar, como ele. Não deu certo, pois o homem logo se desvaneceu. Tentou fazer de pau, mas a criatura ficou dura. De pedra ainda a tentativa foi pior. Fez de fogo e o homem se consumiu. Tentou azeite, água e até vinho-de-palma, e nada. Foi então que Nana veio em seu socorro, apontou para o fundo do lago com seu ibiri, seu ceptro e arma, e de lá retirou uma porção de lama.
Nanã deu a porção de lama a Oxalá, o barro do fundo da lagoa onde morava ela, a lama sob as águas, que é Nana.
Oxalá criou o homem, o modelou no barro, com um sopro de Olorum ele caminhou, com a ajuda dos orixás povoou a terra. Mas tem um dia que o homem morre e seu corpo tem que retornar à terra, voltar à natureza de Nana Buruku.
Nanã deu a matéria no começo, mas quer de volta no final tudo o que é seu.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Nanã proíbe instrumentos de metal no seu culto
A rivalidade entre Nanã Buruku e Ogum data de tempos, Ogum, o ferreiro guerreiro, era o proprietário de todos os metais, eram de Ogum os instrumentos de ferro e aço, por isso era tão considerado entre os orixás, pois dele todas as outras divindades dependiam.
Sem a licença de Ogum não haviam sacrifícios; sem sacrifício não havia orixá, Ogum é o Oluobé, o Senhor da Faca, todos os orixás o reverenciavam, mesmo antes de comer pediam licença a ele pelo uso da faca, o obé com que se abatiam os animais e se preparava a comida sacrificial.
Contrariada com essa precedência dada a Ogum, Nanã disse que não precisava de Ogum para nada, pois se julgava mais importante do que ele. "Quero ver como vais comer, sem faca para matar os animais", disse Ogum.
Ela aceitou o desafio e nunca mais usou a faca, foi sua decisão que, no futuro, nenhum de seus seguidores se utilizaria de objectos de metal que sacrifícios feitos a ela fossem feitos sem a faca, sem precisar da licença de Ogum.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001

Nanã divide o seu poder sobre os Eguns com Oxalá
Na aldeia chefiada por Nanã, quando alguém cometia um crime, era amarrado a uma árvore e então Nanã chamava os Eguns para assustá-lo.
Ambicionando esse poder, Oxalá foi visitar Nanã e deu-lhe uma poção que fez com que ela se apaixonasse por ele. Nanã dividiu o reino com ele, mas proibiu sua entrada no Jardim dos Eguns. Mas Oxalá espionou-a e aprendeu o ritual de invocação dos mortos. Depois, disfarçando-se de mulher com as roupas de Nanã, foi ao jardim e ordenou aos Eguns que obedecessem "ao homem que vivia com ela "( ele mesmo).
Quando Nanã descobriu o golpe, quis reagir mas, como estava apaixonada, acabou aceitando deixar o poder com o marido.
Lenda tirada do livro
Mitologia dos Orixás - Reginaldo Prandi - 2001


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