24/03/2011

MÉDIUNS INCONSCIENTES?

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incorporacao                                         







Alegar que médiuns que são conscientes mais afirmam ser inconscientes por uma questão de vaidade apenas, é fechar os olhos para uma triste realidade de nossos terreiros; a ignorância pautada no misticismo e falta de estudos sobre suas próprias capacidades. Sabemos perfeitamente que a Mediunidade na Umbanda vai muito mais além do que Orkut, Internet, livros, apostilas, materiais didáticos sobre mediunismo, grupos de estudos e uma educação teórica sobre o assunto. A verdade é que a grande maioria das pessoas , sejam umbandistas, e de um modo geral, não tem acesso a livros, a leitura, e a grupos de estudos que lhes propicie um esclarecimento amplo de tantas fontes competentes que atualmente abordam o assunto MEDIUNIDADE , SEUS MECANISMOS E APLICABILIDADE.

O desenvolvimento é apenas "a moda antiga", – bota roupa entra na roda e deixa o "Santo pegar". E antigamente , também sabemos bem que o misticismo , desinformação e falta de uma preocupação em ampliar e obter conhecimentos sobre mediunidade era nulo. E até hoje existem PDS /dirigentes que nem sabem o que seja psicofonia (o que em momento algum desabona seu trabalho enquanto médium), mas só passamos o que temos aos nossos filhos. Se eu nada sei sobre mediunidade, nunca me instrui sobre o assunto, o que posso passar a meus filhos ??? O que aprendi…. pautado em MINHAS EXPERIENCIAS PESSOAIS MEDIUNICAS… que sabemos hoje que cada um , tem a sua própria experiência e a forma que a mediunidade se apresenta pra mim, não será igual a que se apresenta pra você. Sentirei -a de forma diferente.

E antigamente , como ninguém tinha uma preocupação com um estudo sobre o assunto, havia muita nebulosidade sobre o assunto. Acreditava-se de que éramos "possuídos" pelo espírito.

De que ao estarmos em transe, mediunizados o espírito entraria em nós e tomaria nossa mente, nossa consciência, e que ao retornarmos , de nada lembraríamos. Claro que as manifestações espirituais outrora, eram mais 'intensas" e médiuns inconscientes eram mais comum que nos dias de hoje, principalmente em termos de Umbanda, que as manifestações tem um caráter mais consciente do que outras manifestações religiosas intercambiáveis espiritualmente falando.

E até hoje, a grande maioria das pessoas acreditam que ao estarmos incorporados, de nada lembramos, pois o espírito toma conta de nós e so voltamos quando o mesmo deixa nosso corpo.

Essa crença é fruto de mais de 70 por cento dos médiuns iniciantes e ela é a causa primária da grande dúvida que atormenta dos médiuns que sentem suas primeiras manifestações. " será que era eu ou era minha entidade ? Acho que era eu mistificando , porque eu via e ouvia tudo". E acreditem, muitos vivem em completo tormento e martírio, acreditando que está mistificando , pelo simples fato de ver e ouvir tudo o que se passa, ao estar sob influencia da entidade. Por medo de perguntar e ser taxado de mistificador, se cala e segue seu desenvolvimento baseado no medo e desconfiança de si mesmo. Descrente e duvidoso se de fato, é médium , ou está sendo influenciado pelo sua própria mente. Muitos abandonam e os que n conseguem deixar o trabalho mediúnico, escondem sua consciência por anos, por medo de serem acusados de charlatães e marmoterios. Porque ocultar sua consciência ? Segunda causa observada. Ainda sem sair desse âmbito de desinformação que é , infelizmente, reinante na Umbanda e seus freqüentadores (assistências, estes mesmos é que não tem obrigação de entender ou procurar entender sobre mediunidade), e a crença que "se tá MESMO com santo, não vai lembrar de nada"…. O assistente acredita fielmente de que ao estar com a entidade é somente ele e a entidade. E sente-se seguro e confiante em se abrir sobres seus segredos mais íntimos e as vezes "cabeludos". Muitas vezes, se ele souber que o médium também está ali, ele certamente acharia que tudo não passa de enganação. Pois o que ele sempre ouviu falar e que não se sabe de nada quando estamos incorporados com nossas entidades. E a própria entidade não conseguiria atingui-lo, ou seja, não conseguiria a confiança dele, para poder o ajudar.

E muitas vezes deixa-se de socorrer um pessoa por uma causa , ao meu ver, pequena. Muitas vezes para ministrar um remédio curador, é preciso dizer ao doente que é água. Certos vícios , não se desvincula assim de uma hora pra outra. Principalmente quem está de fora, ou seja, no caso dos assistentes, os socorridos da umbanda, não tem obrigatoriedade de conhecer mecanismos mediúnicos, e mais ainda , nossos fundamentos. E não será num dia, que todas as ideias mistificadas de anos e anos , do ouviu a avô dizer, a bisavô, o tio, vai de dissipar assim. Porém no caso do médium , este sim , tem obrigação de saber, conhecer e repassar a seus irmãos.

SER CONSCIENTE, LEMBRAR , VER E OUVIR TUDO O QUE A ENTIDADE FALA E FAZ DURANTE O PROCESSO INCORPORATIVO, É NORMAL, NATURAL E MUITO MAIS DA METADE DOS MÉDIUNS PASSAM PELAS MESMAS COISAS. MESMO OS QUE JURAM QUE DE NADA LEMBRAM. VOCÊ NÃO É LOUCO NEM MARMOTEIRO PORQUE OUVE TUDO O QUE A ENTIDADE DIZ AO CONSULTAR ALGUÈM.

Embora todos os estudos que há atualmente sejam insuficientes ainda para comprovar ou afirmar tais teorias sobre a psicofonia/incorporação e fenômenos mediúnicos com relação a consciência /inconsciencia…..Alguns elementos que podemos observar que ainda são retirados de "IDEIAS MITICA", EQUIVOCADAS ou sem nenhum embasamento amplo e coletivo, apenas observações individuais, mediantes capacidades próprias de um determinado individuo. Por exemplo; a relação que se faz entre consciência e domínio maior por parte do espírito comunicante. Acredita-se que ao estarmos inconscientes, o espírito nesse caso, teria total domínio do corpo do médium, que um médium consciente por exemplo não poderia oferecer. Engano.

Ter ou não domínio do corpo do médium e este ficar sem poder ter nenhum tipo de controle de seu corpo, NADA TEM A VER COM NIVEIS DE CONSCIENCIA. Uma entidade pode ter controle do corpo do médium, deixá-lo impotente, sem poder exercer seus movimentos por vontade própria sem que em nenhum momento , este médium perca a consciência do que está ocorrendo. Logo, ser inconsciente ou não……não está via de regra , relacionado com domínio total ou mesmo parcial do espírito sobre o médium. Ledo engano é , achar que a comprovação de uma incorporação de fato e real, está em nossa inconsciência… muitos médiuns iniciantes rezem, oram , imploram pra pelo menos um dia, ficarem inconscientes, pois só assim , eles passariam a acreditar em sua própria capacidade e acabaria com tanto tormento. Porém, ficar inconsciente ou não, não alega nem prova nada. O que , se fosse algum projeção de sua mente apenas, ele poderia inconscientemente , perfeitamente bloquear sua memória durante o "suposto transe mediúnico" e de nada ele lembraria , após a "suposta incorporação.

Tal qual alguns distúrbios psíquicos e psicológicos provacam perda da memória em pacientes com tais distúrbios, como dupla ou múltipla personalidade. Que causa total ausência de memória durante a manifestação de outra personalidade do paciente, que de nada lembrará. Porém, perder os movimentos motores e controle dos órgãos da fala, é o primeiro fato comprobatório de que há uma força , além de nossa mente que age sobre nós, direcionando nossos movimentos com vontade própria e que é inteligente, pois pode manifestar individualidade , aquém de nossa própria inteligência e saber. O que ficaria muito mais difícil , ser uma caracterização de nossa mente agindo, pois , inconscientemente , não é algo que queremos ou imputamos em nós, como no caso dos distúrbios psicológicos, que por mais que naquele momento seja algo aquém de nossa vontade, é criação de nosso querer , de nossa vontade , mesmo que não tenhamos consciência disso.

O ser humano é UNO. Ele não pode manifestar uma inteligência além da sua, uma vontade que denota uma inteligência, uma consciência além dele mesmo, que não seja outra consciência/um outro espírito. Uma outra observação que pouco se faz, a diferença entre psicofonia e incorporação. Se eu perguntar o que é incorporação , e seus processos, a grande maioria vai dizer, é a mediunidade que os espíritos usam para falar através do médium, mediante a um 'acoplamento" , o espírito encosta no médium , lhe transmite mentalmente as mensagens , o médium interpreta mentalmente e transmite como ouviu. Ou seja, as mensagens passa pelo médium, que exterioriza o que o espírito fala, é uma comunicação entre corpo astral do médium e do espírito. Não discordo, porém acrescento… esse 'acoplamento" pode ser mais intenso ou não…. quando é mais intenso, dando a sensação de perda de controle e transe mediúnico, podendo interferir nos movimentos do médium , pelo maior proximidade da energia da entidade, principalmente se esta energia for de um padrão mais distante do médium, ou este não estiver ainda em harmonia sincrônica com suas entidades, costuma-se chamar de INCORPORAÇÃO. Se for um acoplamento mais sutil, costuma-se chamar de mediunidade intuitiva. Porém, ambas tem o mesmo processo.. basicamente são iguais….. E é esse tipo de mediunidade que está em grande número na Umbanda. Podemos dizer que a maioria das capacidades mediúnicas em nossa Seara são intuitivas, em maior ou menor grau. E este tipo de capacidade , dificilmente interfere na consciência do médium, impedindo-o de lembrar e estar "presente" no momento da manifestação de suas entidades.

O termo incorporação, tomou um status genérico que engloba todas as capacidades de comunicação que precise que o médium transmita a mensagem que o espírito que dar. Porém a psicofonia tem caráter diferenciado. Para que haja um fenômeno psicofônico, o espírito precisa via de regra, agir sobre os órgãos da fala do médium. Podendo essa psicofonia ser mecânica, comparando a psicografia mecânica, onde o espírito toma a mão do médium , sem que passe por sua mente, e nesse caso , podendo escrever em línguas e usar letras que o médium desconhece..ou semi mecânica, onde o comando passa pela mente do médium, que registra tal controle e age diretamente nos órgãos que irá exercer a comunicação.

Tais capacidades, principalmente as mecânicas , são extremamente raras atualmente, e em temos de Umbanda , mais raras ainda. E estas porem exercer uma perda de memória/consciência em maior ocorrência do que, o que se classifica hoje como incorporação. Ser ou passar a ser inconsciente ou não ao contrario do que se pensa, não está relativo a TEMPO DE DESENVOLVIMENTO, status ou melhor capacidade mediúnica. Ser ou não in-consciente não é um estado permanente, principalmente se tratando de Umbanda. O que podemos observar é que a entidade pode – claro mediante a uma possibilidade particular do médium – inferir em determinado momento/dia uma inconsciência, se assim achar necessário. Porque então se observe que muitos médiuns com o passar de anos no labor , passa a ser inconsciente ?? Capacidade particular dele, que as entidades e seu próprio espírito está fazendo uso, pelo caráter que tomou o trabalho mediúnico. Muitas vezes o espírito do médium, sai literalmente em desdobramento , vai se ocupar de outras coisas em outros planos, e deixa a entidade trabalhar, tamanha é a afinidade e confiança que se estabeleceu, como também após anos e anos de labor mediúnico, o trabalho constante parece tomar um caráter similar e o espírito do médium , muitas vezes aproveita esse tempo para ocupar de outros ensinamentos e trabalhos em outros planos. Porém , nem todos os médiuns tem propriedades espirituais que lhes permita tais viagens astrais em dado momento.

Só pra resumir… a consciência ou inconsciência requer uma série de fatores e condições , que mesmo que não esteja fechado o assunto nos meios de pesquisa, podemos através da observação de outros médiuns ratificar e retificar, esclarecendo, muitas teorias que em voga, prejudicam e muito o desenvolvimento mediúnico.

Insegurança

É muito comum no inicio das incorporações no desenvolvimento mediúnico, quando a gente está ansioso, com medo , curioso e inseguro para saber quem são nossas entidades, como trabalharam, nomes, etc… Todos já passaram por isso.

Quando há as incorporações o médium fica mais que atento a qualquer palavra que saia de sua boca " se eu falando ou a entidades, o que vai acontecer agora, o que ele tá fazendo" ….. tudo isso faz parte do inicio, pois ser consciente é perfeitamente normal e não é sinal de "falta de firmeza, ou imaturidade nas incorporações, ou fraqueza do médium. E é nessa fase onde o médium atua muito junto com a entidade, por sua participação, 'interatividade" que é peculiar nesse início, ocorre maior incidência de uma interferência do médium, sobrepondo a da entidade. Porém, com o passar do tempo, o médium vai ganhando confiança, vai aprendendo a ficar mais alheio das manifestações da entidades, pois para ele não terá mais mistérios e se reservará da total abstenção de qualquer tipo de interferência, inclusive de sua própria opinião do que a entidade deveria agir, falar ou conduzir numa consulta.

Muitas pessoas desistem no início, por não aceitar sua consciência e não conseguir trabalhar psicologicamente essa questão e achar que é ele ali e não a entidade. De não insistir e entender que as incorporações vão se firmando com o tempo. E para a Umbanda a afinidade e sintonia nas incorporações é de fato, mais demorada. E nesse processo de ajustes, equalizações e estabelecer uma sintonia satisfatória , o médium deve entender que haverá sim erros, o seu sobrepor a própria entidade, o animismo, porque faz parte desses ajustes. Por isso o médium não deve ser permitido ao estarem sob influência das entidades; beber, fumar e principalmente, dar consultas e atender o público, quando essa sintonia não se estabelecer de fato, avaliado pelo dirigente e guias chefes da casa.

Quando passamos a entender certos processos, eles passam a nos soar mais familiares, a parecer mais simples e natural, nem nos causar mais tanto medo e insegurança, principalmente se temos a oportunidade de estar em contato com outros que passam o mesmo ou parecido com o que passamos. Assim criamos mais segurança e vencemos o medo do desconhecido.

Não se apresse, não se precione, nem permite que outros façam isso. Cada pessoa tem seu tempo, pois não envolve somente "abertura de canais mediúnicos", mas o emocional e o psicológico precisam estar bem também, para que tudo ocorra de forma salutar, que traga alegria, leveza e satisfação…e não mais agonia, desespero, medo e insegurança…. Tente aproveitar com serenidade, leveza e amor as vibrações que você sente dos seus guias, esse é um momento único na vida de qualquer pessoa.

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